
1. Manuel Luís Goucha acaba o contrato com a TVI em dezembro e deu o mote numa grande entrevista à ‘TV Guia’, na semana passada: "Aceito convites para almoços e jantares [da família Balsemão]." A resposta é clara. O melhor apresentador de Portugal não fecha a porta à SIC. Se o projeto for bom e se Júlia Pinheiro, a sua grande amiga, o desafiar a trabalhar consigo, muda-se "na hora". Ora, bem: os alarmes tocaram na estação de Queluz de Baixo, e, na gala dos seus 31 anos, no Casino Estoril, José Eduardo Moniz e Cristina Ferreira prestaram-lhe uma bonita homenagem. "Enquanto eu andar por aqui, você está proibido de sair", avisou o diretor-geral. "O Manuel é sinónimo desta caixinha mágica…", elogiou a seguir a colega.
Emocionado, com uma sala repleta a ovacioná-lo, Manuel Luís agradeceu. Falta agora o mais importante: passar das palavras aos atos. Isto é, a TVI renovar-lhe já o contrato, de modo a evitar uma surpresa desagradável, num momento decisivo da guerra de audiências com a SIC, e garantir um profissional único. Uma vez por semana no ar? Ainda não. Aos 69 anos, o apresentador tem cada vez mais para dar aos espectadores.
2. Tudo parece indicar que as audiências vão mudar em fevereiro. A TVI tem conseguido bons resultados nos últimos tempos. A dupla ‘Big Brother’/‘Cacau’ está a dar cartas e impulsionou o ‘Jornal Nacional’, que finalmente entrou na luta com o rival. A consumar-se a reviravolta, há uma pessoa a quem muitos atribuirão responsabilidade pelo sucedido: Daniel Oliveira. O diretor tem falhado nas apostas sucessivas que fez. De ‘Casados no Paraíso’ a ‘Era Uma Vez na Quinta’. De ‘Papel Principal’ a – parece-me – ‘Senhora do Mar’.
Os sinais de que as coisas poderiam desembocar numa derrota eram já visíveis no final de 2023, mas tornaram-se óbvios logo no princípio do ano. Só a compra, por valores altíssimos, da final four da Taça da Liga, em Leiria, permitiu à estação de Paço de Arcos manter o 1.º lugar em janeiro, por uma unha negra. E nem a ajuda de Ricardo Costa, do lado da Informação, já chega para Daniel sustentar a liderança. De nada serve vir queixar-se publicamente de falta de dinheiro, pois salta aos olhos de todos os elevados custos das grelhas que concebe. Balsemão, que não gosta de perder a feijões, tem a palavra.