
1. Se alguém ainda tinha dúvidas de que na televisão, neste momento, vale tudo menos arrancar olhos, então elas ficaram dissipadas nos últimos dias: para não perder o mês, o que a acontecer seria a primeira vez em mais de dez anos, a TVI decidiu retirar da grelha o ‘A Tarde é Sua’ para colocar no ar uma série histórica ‘Maria Madalena’ e entrevistas repetidas de ‘Conta-me Como És’. Assim, sem mais nem menos. Porquê? Porque o programa de Fátima Lopes estava a perder quase todos os dias, por uma boa diferença, para Júlia Pinheiro e esse resultado estava a prejudicar a estação nas contas diárias.
Por um lado, olho para Bruno Santos, diretor-geral, e percebo-o: como responsável máximo tinha de fazer alguma coisa, reagir à concorrência, para continuar a ser líder. Mas, por outro, olho para Fátima Lopes e, por mais que tente, custa-me sinceramente aceitar esta estratégia:
a apresentadora, de 49 anos, com 25 de trabalho na TV ao mais alto nível, não merecia isto. Estamos a falar de Fátima Lopes, caramba! Se as pessoas não são números – ou são? –, como compreender isto? Ah, e a falta de consideração da TVI para com o público (cerca de 250 mil espectadores de segunda a sexta) que seguia sempre o programa?
2. Vanessa Oliveira foi a aposta de José Fragoso para substituir a dupla José Pedro Vasconcelos/Tânia Ribas de Oliveira em ‘Agora Nós’, que chega ao fim no final de março, e não consegue convencer como apresentadora. Na RTP desde 2014, onde ganha 5 mil euros por mês, tem tido várias e excelentes oportunidades para se impor, algumas delas em horário nobre (‘Got Talent’, por exemplo), mas continua a mostrar que não é mais do que uma razoável repórter do ‘Fama Show’. A estação pública merece mais. E melhor.
3. A CMTV apresentou a novela ‘Alguém Perdeu’ na terça-feira, 26, e que estreia já no dia 18 de março. A julgar pelo elenco (de António Pedro Cerdeira a Almeno Gonçalves, passando por Mafalda Luís de Castro até Anabela Teixeira) e pela história, assinada por António Barreira e produzida pela SP Televisão, cheira a sucesso. A confirmar-se, a estação do Correio da Manhã, líder incontestável no cabo, volta a fazer história. Agora na ficção nacional.