
A TVI encomendou mais uma temporada de ‘Festa É Festa’, que será a oitava e cujas gravações arrancam em setembro/outubro, com algumas caras novas. É uma decisão que faz todo o sentido, mesmo que aqui e ali haja uma certa saturação. Afinal, a novela, uma ideia feliz de Cristina Ferreira concretizada pela pena de Roberto Pereira, estreou há quase dois anos – 26 de abril de 2021 – e, desde então, tem sido líder de audiências, com justiça e resistindo às várias respostas da SIC – hoje, agarra perto de 1 milhão de espectadores. Ao contrário do que apregoam alguns intelectuais da nossa praça, sempre prontos para achincalhar o que cheira a povo, o trabalho destes homens e mulheres que constroem a trama é notável.
‘Festa É Festa’ retrata muito a realidade portuguesa – mesmo passando-se numa aldeia saloia, mas que já passou por Funchal, Porto, Paris, Portimão, Açores e serra da Estrela, por exemplo –, e as suas personagens dizem-nos qualquer coisa, se estivermos atentos às notícias, nos jornais e nas televisões – quem não conhece um Bino ou um Tomé? O autor toca na ferida do quotidiano, com inteligência, acrescentando-lhe o humor certo para prender ao pequeno ecrã o sr. José e a dona Maria ou o sr. João e a dona Antónia, que, após um dia de intenso trabalho, só querem, nem que seja por 35 minutos apenas, desfrutar, relaxar, rir-se um pouco. Já eleita a Melhor Novela nos Venice TV Awards, um certame anual de prestígio em Itália, em competição direta com histórias de outros países, é justo arrumar, de vez, os preconceitos que existem com o que é popular e aplaudir, de pé, o mérito de todos, aqui, neste projeto de ficção.
Obrigado, Maria do Céu Guerra, Vítor Norte, Ana Guiomar, Pedro Alves, Maria Rueff, Joaquim Nicolau, Catarina Avelar, Manuel Marques, Ana Brito e Cunha, Pedro Teixeira ou Sílvia Rizzo. Obrigado, Roberto e Cristina. E obrigado às dezenas e dezenas de profissionais anónimos da produtora Plural, desde o guarda-roupa à cenografia, passando pelas equipas da limpeza e da restauração, pelo trabalho realizado.