
1. Rui Oliveira, o marido de Manuel Luís Goucha, tem o direito de dizer o que pensa. Mal de nós se isso não fosse possível hoje, quando estamos a um mês de comemorarmos os 45 anos do 25 de Abril de 1974, o Dia da Liberdade. Mas Rui Oliveira não pode, em momento algum, cuspir publicamente no prato onde come, isto é, na TVI, que lhe deu a oportunidade de fazer televisão. "A TVI está desorganizada. Não sabe o caminho que quer tomar. Não tem nada planeado. Diria que há uma falta de criatividade, e isso cabe à parte diretiva do canal", confessou aos jornalistas no Portugal Fashion. O empresário estava imparável no evento de moda no Porto: "A TVI esteve muito tempo parada com os louros na mão. E ainda nem sequer se preparou para a guerra. Não tem estrutura profissional."
Ora bem, por mais motivos de queixa que Rui Oliveira possa ter da TVI, sobre a sua incapacidade para continuar a ser líder de audiências, como foi durante 150 meses consecutivos – e como eu, aliás, o tenho escrito aqui nos últimos meses –, o marido de Manuel Luís Goucha portou-se mal. É em casa que se discutem as coisas, com quem de direito. Por exemplo, com Bruno Santos, o diretor-geral, e José Eduardo Moniz, que acreditou que ele podia ser uma mais-valia para a estação. Não é, como bem vimos, nos trabalhos que efetuou na televisão. Era com eles que devia ter posto as cartas na mesa, nunca para o País ver. Até porque o agora empresário de cavalos colocou, mais uma vez, o apresentador de ‘Você na TV!’ numa situação delicada, como já tinha acontecido na polémica com o Presidente da República.
A diretora de Comunicação da Media Capital, Helena Forjaz, disse em exclusivo ao Correio da Manhã que, após isto, Rui Oliveira "não está e não estará mais na TVI". Obviamente.
2. No momento em que escrevo esta crónica, o presidente da RTP, Gonçalo Reis, continua sem se demitir… Que era a única coisa que lhe restava fazer. Afinal, são dezenas de polémicas durante os seus dois mandatos na estação pública, e esta última, sobre a parceria com a FPF, até meteu o primeiro-ministro ao barulho. Termino com uma questão: a cadeira que ocupa na Marechal Gomes da Costa vale mais do que a sua dignidade?