
1. "Pai, posso ver um bocadinho de bonecos?", pergunta-me o Vicente, já após o jantar, os dentes lavados e sabendo que tinha de ir para a cama. "Não, Vi, tens de ir dormir. Além disso, o pai quer ver uma coisa…"
A coisa era a entrevista de António Costa na TVI, num momento em que os portugueses voltam a ter menos dinheiro na carteira para (sobre)viver. E se a estação conseguiu um bom furo com o primeiro-ministro, não o soube aproveitar depois. Foi uma oportunidade perdida.
Se Pedro Santos Guerreiro – cada vez mais próximo de José Eduardo Moniz – apertou o líder do Governo em alguns momentos, José Alberto Carvalho nem por isso, confirmando que a entrevista não é, de facto, a sua praia. Um (mau) exemplo do seu estilo macio: "Ó José Alberto, sabe que não pode acreditar em tudo o que sai nos jornais", diz-lhe António Costa. O jornalista responde assim, estendendo-lhe a passadeira: "Eu sei..." Sabe o quê, José Alberto?
A área na qual a TVI tem de crescer continua, assim, débil. É verdade que Moniz assumiu há pouco as rédeas da Informação, que a redação parece empenhada em fazer mais e melhor, mas o tempo urge para destronar a SIC da liderança. E certamente não chegará lá a abrir noticiários com a morte da rainha, dando-lhe 20 minutos do 'Jornal', mas a mergulhar no País real. Se está tudo mal? Claro que não. Por exemplo, a estação é a mais plural no painel de comentadores sobre a guerra na Ucrânia e surge agora reforçada com Sara Pinto – gosto do seu pelo na venta –, após a licença de maternidade.
2. Ao contrário da estreia, o 'Big Brother' perdeu no domingo para Ricardo Araújo Pereira, com um rombo de 200 mil espectadores. Uma pergunta à abatida Cristina Ferreira: esperava muito mais audiências, certo? Um milhão de espectadores, no dia mais importante da TV portuguesa, é poucochinho.
3. Numa semana em que a TVI fica mal na fotografia com a polémica proposta de 1 milhão de euros a Fernando Rocha – já com Marco Paulo, outro processo conduzido por Cristina Ferreira, também correu mal –, não resisti a sorrir ao ver Clara de Sousa em Londres, a cobrir as cerimónias fúnebres da rainha Isabel II, após ter defendido no início da guerra que fazia mais falta no estúdio do que na Ucrânia.