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Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

Notícia

As tragédias

É imperativo cívico chamar a atenção dos leitores para a exigência inscrita no prazer. É um pouco paternalista, mas não posso deixar de avisar: conduza com mais cuidado, beba com moderação, calcule criticamente os riscos que decidiu enfrentar para que o Verão valha a pena.
29 de maio de 2022 às 06:00
Despedidas de verão na praia
Despedidas de verão na praia Foto: getty images

Verão, pela sua própria natureza climática, conduz-nos a maior relaxamento. Os dias são grandes e luminosos, a temperatura afaga os corpos e, não raras vezes durante a tarde, é habitado por sonolências a que é preciso resistir. A praia é imensa. Os rios são ternos. As montanhas abrem-se generosas a passeios e aventuras de todo o tipo. Aumentam exponencialmente as noites de festa, o vinho e a cerveja incrementam a euforia. Infelizmente, muitas vezes a droga entra neste acelerador de emoções. O lazer, as viagens e as férias ganham a sua maior dimensão. Chegam emigrantes e turistas, partem residentes em busca de novas experiências e folguedos.

É o tempo em que minguam as notícias. Os jornais e televisões colocam na ordem do dia, fotos de vedetas, ou de pretensas vedetas, seminuas, políticos na praia, reportagens de festas em bares e clubes que se espalham pela orla marítima. Não é por acaso. Sabem que os seus leitores procuram distração, não se entusiasmam com guerras, nem com vírus e, muito menos, com a política caseira. Ainda por cima, o futebol está de férias. É o tempo dos comerciantes de jogadores que anunciam dezenas de contratações que, depois, se resumem numa meia dúzia.

Tudo impele ao bocejo e à preguiça.

Quando baixamos as guardas, aumentam os níveis de insegurança e, não é por acaso, que este período de tempo é pródigo em mortes trágicas: acidentes de viação, afogamentos, quedas violentas, comas alcoólicos, atropelamentos integram o menu perigoso de descuidos que pode transformar o lazer em luto, a expectativa da grande festa em morte, a adrenalina do risco em tragédia.

Quando o Verão termina, um pouco por todo o País, encontram-se rios de lágrimas e dor por aqueles que partiram precocemente. É imperativo cívico chamar a atenção dos leitores para a exigência inscrita no prazer. É um pouco paternalista, mas não posso deixar de avisar: conduza com mais cuidado, beba com moderação, calcule criticamente os riscos que decidiu enfrentar para que o Verão valha a pena. E outra razão bem maior. É que todos precisamos de si! 

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