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Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

Notícia

Joelhada

A violência da agressão foi de tal monta que a PSP entrou em campo e prendeu o agressor em flagrante delito. Nunca se vira coisa assim, no futebol cá do burgo.
09 de abril de 2017 às 08:00

Pouco leitores terão ouvido falar de um clube de futebol chamado Canelas. Conheci-o pelas notícias esta semana. Disputa um campeonato menor, de âmbito distrital, e mora no norte do País. Conheci-o, como muitos portugueses, devido a uma agressão brutal cometida por um dos seus jogadores contra um árbitro. Uma violenta joelhada que partiu o nariz do juiz da partida.

A violência da agressão foi de tal monta que a PSP entrou em campo e prendeu o agressor em flagrante delito. Nunca se vira coisa assim, no futebol cá do burgo.

Só que a história é bem mais devastadora. Quando a comunicação social aprofundou o tema, soube-se que vários clubes da dita competição se recusaram a jogar com o Canelas por causa das …caneladas. Isto é, a prática violenta usada como se de futebol se tratasse, desencorajou outras equipas a defrontarem o agora tristemente célebre Canelas. Qual é a ironia que se esconde nesta história de malvadez? É que os clubes que não se submeteram às caneladas e agressões dos guerreiros canelenses, foram castigados, perdendo três pontos por falta de comparência. Moral da história: quem não quer ser sovado, arriscar-se a partir pernas, braços e cabeças, perde pontos e quem trata de agredir a eito, ao abrigo do argumento de que o futebol é um jogo viril, é premiado com três pontos por cada jogo onde a equipa adversária se pirou por não querer andar á sarrafada e considerar que futebol é fintar, fazer passes bonitos, marcar golos.

Veio também a saber-se que os lutadores do Canelas pertencem a uma claque de um clube de futebol. Nem refiro o nome do clube porque o problema são as claques de qualquer um. Na sua maioria, verdadeiros bandos de arruaceiros, gente violenta, tornados célebres não por causa do amor aos seus clubes mas pela brutalidade das acções criminosas.

Esta história é dos jornais. Como se ouviu e leu, os dirigentes desportivos, responsáveis pela disciplina, não sabem de nada. Apenas são coitadinhos e pobres inocentes. Na verdade, a hipocrisia não tem limites.

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