'
FLASH!
Verão 2025
Compre aqui em Epaper
Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

Notícia

Lágrimas por Manchester

O padrão é sempre o mesmo. Grandes concentrações de pessoas com a certeza de que a comunicação social lhes dará grande divulgação, que potencia ainda mais o medo, e lá explode mais outra bomba, matando a eito os inocentes que por ali se encontram.
28 de maio de 2017 às 08:00

Nesta era da globalização em que nos tornámos testemunhas directas de qualquer acontecimento, seja qual for a parte do Mundo, as imagens que nos últimos dias chegaram de Manchester são de tal modo terríveis que nem é possível comentá-las. É certo que a sequência de atentados terroristas, disseminados um pouco por toda a Europa, criou a aparência de que já saberíamos conviver com estes homens tresloucados que, aqui ou ali, tiveram o prazer mórbido de lançar a tragédia e o caos. Ainda mão se chegou à fase de encolher os ombros e com indiferença comentar: foi apenas mais um atentado!, mas conhecemos os procedimentos. O padrão é sempre o mesmo. Grandes concentrações de pessoas com a certeza de que a comunicação social lhes dará grande divulgação, que potencia ainda mais o medo, e lá explode mais outra bomba, matando a eito os inocentes que por ali se encontram.

Quem conhece os meandros da violência, e neste caso, a violência dos simpatizantes da causa Daesh, compreende que a maioria dos alvos são manifestações materiais ou simbólicas de determinadas formas de poder. E o poder é coisa de adultos.

Aquilo que se passou em Manchester não tem explicação no terreno do Humano ou dos valores inscritos no conceito descrito como Humanidade. Matar crianças e adolescentes a eito, sabendo-se que o espectáculo era dirigido a pessoas com estas idades, é qualquer coisa que não é compreensível para um vulgar ser humano. Nem se pode falar em desumanidade. A brutalidade do acto criminoso está no terreno do inumano, indiscritível á luz na nossa compreensão da violência.

A coisa torna-se mais séria quando se sabe que o autor é um jovem de 22 anos. Como se explica tanto ódio, tanta violência, tanta amoralidade? Não sei. Reconheço humildemente a minha ignorância para explicar a barbárie. Só tenho lágrimas. Lágrimas pelas crianças de Manchester.

você vai gostar de...

Mais notícias de Piquete de Polícia

Agressão com amor

Agressão com amor

Juraram e viveram promessas de amor, fizeram de filhos, construíram vidas e, mais cedo ou mais tarde, começa a agressão.
O inferno

O inferno

Os governos, os sucessivos governos, seja qual for a cor da sua bandeira, passam pelos fogos como cão por vinha vindimada.
Afogamentos

Afogamentos

A esmagadora maioria dos óbitos, ocorridos no mar e em rios, acontece em locais sem controlo de vigilância e sem ajuda.
Absolvição

Absolvição

A tese que defendia que ele [Fernando Valente] assassinara Mónica Silva morreu na sala de julgamento.
A Operação Marquês

A Operação Marquês

Tenho ficado perturbado com os comícios que Sócrates gerou à porta do tribunal.
O ataque nuclear

O ataque nuclear

A ameaça nuclear tem como finalidade, mais do que o eventual uso da bomba, o medo.

Subscrever Subscreva a newsletter e receba diariamente todas as noticias de forma confortável