
Nos últimos dias a televisão voltou a transformar-se no espelho do terror vivido por centenas de pessoas devido aos incêndios. As imagens, cruas, violentas, agitam e agrilhoam a alma. Fazem-nos chorar.
Esta não é a primeira vez que escrevo sobre o flagelo que a classe política prefere não querer ver e infelizmente presumo-sem precisar de perguntar à "tia Maya"-que não será a última.
A CMTV continua a acompanhar ao segundo o rasto de destruição provocado pelas chamas, mas foi a reportagem do jornalista Diogo Carreira e André Germano que me prendeu ao ecrã.
Pela coragem, a entrega e uma tremenda dose de bonomia em relação aos habitantes da aldeia de Gardete, em Vila Velha de Rodão, distrito de Castelo Branco. Vocês conseguiram demonstrar que é possível não perder a objetividade, o rigor e a isenção, ao mesmo tempo que se estende a mão a quem mais precisa.
Indiferentes ao ambiente hostil o Diogo e o André avançam com galhardia em busca da notícia, das melhores imagens. Com todos os sentidos a funcionar no limite eles ainda conseguem ter o discernimento de ajudar pessoas idosas a sair da fogueira gigante em que se transformou a pequena localidade de Gardete.
Na primeira linha de combate ao fogo a genuinidade das descrições faz-me sentir o cocktail explosivo que ameaça a vida de seres humanos impotentes e vergados perante a tragédia.
Quando às altas temperaturas se juntam as chamas fulgentes e o vento forte a batalha no terreno torna-se difícil, ingrata. Dela só podem mesmo fazer parte homens de barba rija. Os mesmos que o País viu graças a um excelente trabalho jornalístico. Parabéns Diogo e André. A vossa missão foi cumprida!