A grande voz de Amália Rodrigues vai ser candidata ao programa 'Memórias do Mundo' da UNESCO.
"No ano em que se celebra o centenário de Amália Rodrigues, queremos sublinhar a importância e o valor universal excecional do registo da sua voz e da sua música, fazendo jus à sua carreira de dimensão mundial, através do reconhecimento pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) das gravações da cantora como 'Memória do Mundo', justificou a Ministra Graça Fonseca, em comunicado.
A candidatura será apresentada através do Arquivo Nacional do Som, que está a trabalhar em colaboração com a editora Valentim de Carvalho, proprietários da coleção de fitas-magnéticas gravadas pela fadista entre 1951 e 1990 e ainda outras publicações que nunca chegaram a ser publicadas, como ensaios, diferentes 'takes', experiências de gravação e registos informais.
O ministério sublinha que esta candidatura "não só afirma a importância do fundo documental como reforça, na prática, a visibilidade destes documentos".
Segundo o Governo, a cantora foi responsável pelo conhecimento e projeção deste género além-fronteiras, ficando marcada pelas apresentações ao vivo e a publicação dos seus discos em todo o mundo.
A artista ultrapassou também as fronteiras linguísticas, interpretando repertório em diversas línguas, como português, castelhano, italiano, inglês, mas sobretudo as fronteiras do género musical.
A candidatura das gravações da fadista à UNESCO tem uma forte vertente patrimonial, de reconhecer a importância universal destes documentos, de os preservar e divulgar.
No entanto o Ministério da Cultura pretende "reafirmar inequivocamente o compromisso nacional de desenhar, implementar e fortalecer uma política consolidada para o património sonoro".
