
Tem sido um dos heróis da luta portuguesa contra a Covid-19: o vice-almirante Henrique de Gouveia e Melo assumiu no início deste ano a liderança da ‘Task Force’ de vacinação para não a largar, numa altura em que Portugal lidera a tabela dos países da União Europeia de percentagem de população que já foi inoculada pelo menos uma vez.
No entanto, a árdua missão de levar a bom porto a imunização da população portuguesa perante o novo coronavírus – apesar de esta já ter levado o natural de Quelimane, em Moçambique, a chocar de frente com os grupos anti-vacinação, particularmente no episódio de Odivelas, que o fez necessitar de proteção policial – está a ser apenas mais um entre os vários desafios que teve de ultrapassar nos seus 60 anos de vida, a maioria deles enquanto militar.
Durante a sua longa passagem pela Esquadrilha de Submarinos, um incidente em particular deixá-lo-ia com uma incontornável sequela: em 2002, sofreu um choque elétrico enquanto desempenhava as suas funções numa missão, que o deixaria paralisado, forçando-o a, cinco anos depois, colocar um pacemaker, de acordo com o ‘Expresso.’ A natureza do seu quotidiano enquanto submarinista levá-lo-ia a ser um testador perfeito das qualidades do dispositivo, sendo que, por isso, estava encarregue de enviar os dados de desempenho do pacemaker para o fabricante.
Antes de se liderar a 'Task Force' de vacinação, o vice-almirante exercia as funções de adjunto para o Planeamento e Coordenação do Estado-Maior General das Forças Armadas desde janeiro de 2020.