Antiga deputada partiu aos 56 anos na sua fase mais vulnerável, levantando questões sobre saúde mental e fragilidade. Nas cerimónias fúnebres, que aconteceram esta quinta-feira, dia 21, muitos foram os que se uniram num abraço coletivo para celebrar 'Tegui', uma mulher que deixou marca, e de alguma forma chorarem por não terem conseguido evitar a tragédia. O filho era o rosto da dor e foi confortado por um mundo inteiro da política, que mostrou que o percurso de Teresa Caeiro não será esquecido, que era eclético e universal. No CDS, de onde partiu desencantada, não houve lugar para mágoas, só para a uma renovada união...
'Tegui' terá sido foi vítima de "montanha russa de abusos" e desejava formalizar queixa na Justiça por violência doméstica, revela Armando Esteves Pereira, diretor geral adjunto no jornal Correio da Manhã. Teresa Caeiro morreu atormentada pelos fantasmas do passado que os mais próximos sempre lhe conheceram e dos quais a tentavam puxar. Com um percurso profícuo na política, onde começou pela mão de Paulo Portas, partiu desencantada com o CDS que tanto amou. "Sou mulher, sou loura, de direita, advogada, política... Faço um pleno", chegou a admitir em entrevista.
Helena Sacadura Cabral fez um longo depoimento sobre 'Tegui', lamentando que a ex-deputada, mesmo rodeada de afeto, "não tivesse tido a capacidade e a vontade de sublimar as pedras que a vida" pôs no seu caminho. Na hora da morte, lembra uma mulher à procura da sua força e que viveu sempre amada pelos seus.
Há mais de 10 anos, perdeu o filho mais velho, Miguel Portas, mas fez sempre da dor a sua resiliência para continuar. Hoje, mostra-se ao lado de Paulo Portas, que chora a partida do pai, aos 90 anos.
A atriz separou-se de José Pedro Vasconcelos em 2006 assumindo, na altura, a guarda da filha. Viveu depois um romance de cinco anos com Bruno Nogueira, mas Laura sempre foi a grande prioridade da sua vida.