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A primeira gala dos Óscares depois da bofetada de Will Smith vai ter toque português e já está envolta em polémica

Está prestes a regressar ao Dolby Theatre a famosa cerimónia de galardões da Academia e já há muitos temas de discussão na antecâmara do evento que proporcionou um dos momentos mais surpreendentes de 2022.
Por Afonso Coelho | 09 de fevereiro de 2023 às 22:32
Top Gun: Maverick Foto: IMDb
Avatar, O Caminho da Água Foto: 20th Century Studios
A Voz das Mulheres Foto: United Artists Releasing
O Triângulo da Tristeza Foto: Lionsgate
Elvis, filme Foto: Warner Bros.
Os Espíritos de Inisherin Foto: Searchlight Pictures
A Oeste Nada de Novo Foto: Netflix
Tár Foto: Universal Pictures
Os Fabelmans Foto: Universal Pictures
Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo Foto: A24

Se houve tempos em que a cerimónia dos Óscares era um dos mais aguardados momentos televisivos, hoje parece ter ficado reduzida a pouco mais do que uma (mera) formalidade. Olhando para os números, é evidente que a mais mediática gala de Hollywood tem perdido protagonismo nos últimos tempos: em 1980, 49 milhões de norte-americanos assistiram aos prémios da Academia, frente aos menos de 16 milhões de 2022.

Contudo, foi mesmo nesse ano que os telespetadores ficaram atónitos ao ver Will Smith irromper em palco para atingir com uma estalada o comediante Chris Rock. A partir desse momento, todos os filmes, todas as atribuições (uma delas ao próprio Will Smith), todos os discursos, todas as homenagens e todas as piadas que soaram no Dolby Theatre, em Los Angeles, passaram para segundo plano e, inadvertidamente, meio mundo acabou a discutir o que se havia passado naquela cerimónia.

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Neste tópico, Michael Cieply, editor-executivo da ‘Deadline’, assinala uma estatística que parece relevante: a cerimónia de 2009, conduzida por Hugh Jackman, decorreu em total normalidade, sem momentos controversos a apontar, tendo obtido uma audiência menor que as seis edições seguintes. Em março de 2022, o ‘New York Times’ noticiou que as audiências da gala desse ano dos subiram em 550 mil pessoas após a famosa estalada.

Se é verdade que Will Smith foi, como é sabido, banido das cerimónias por 10 anos, também o é que, até ao momento, não foram anunciadas quaisquer alterações que visem impedir novas invasões de palco. Do ponto de vista da Academia, será que faria sentido anular quaisquer possibilidades de uma nova controvérsia que colocasse os Óscares na ordem do dia? 

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POLÉMICA NAS NOMEAÇÕES

A gala de 2023 está agendada para o dia 12 de março de 2023 – em Portugal já começará à meia-noite do dia 13 de março – com a apresentação de Jimmy Kimmel, que desde 2003 conduz o seu talk show ‘Jimmy Kimmel Live!’, na ABC.

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Foi, todavia, o anúncio dos nomeados que mais falatório começou a gerar. Primeiro, houve quem reclamasse da falta de representação negra na lista, tal como aconteceu em edições passadas. Situação potenciada pelas contestadas omissões de Viola Davis e Danielle Deadwyler. Esta foi, no entanto, amenizada pela maior representação asiática, principalmente no filme que lidera as nomeações, ‘Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo’, de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, possivelmente o maior fenómeno cinematográfico do ano, que somou infindáveis elogios com um orçamento de apenas 25 milhões de dólares (muito longe, por exemplo, dos mais de 400 milhões do novo 'Avatar').

Outra controvérsia foi a nomeação da atriz Andrea Riseborough, pelo filme independente ‘To Leslie’, que surgiu inesperadamente no conjunto das produções que podem ambicionar a estatuetas, após gerar apenas 27 mil dólares enquanto esteve nas salas. A longa metragem, que marca a estreia de Michael Morris enquanto realizador, está a ser acusada de ‘lobbying’, após vários atores conhecidos terem promovido o filme nas redes sociais nos dias antecedentes ao fim das votações.

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Este incidente levou a Academia a lançar um comunicado, no qual refere estar "a conduzir uma revisão dos procedimentos de campanha dos nomeados deste ano, para assegurar que nenhumas regras foram violadas". Contudo, o crítico Pete Hammond, num artigo redigido para a ‘Deadline’, refere que várias fontes com conhecimento de causa afirmam que todas as regras foram seguidas e que nada nestas explicita que não possam ser feitas campanhas através das redes sociais.

A Academia que foi igualmente alvo de críticas por ter ignorado o género do terror, principalmente no que toca à ausência da lista de nomeados de ‘X’, e ‘Pearl’, as duas primeiras partes de uma trilogia de Ti West, e da muito aclamada interpretação de Mia Goth enquanto protagonista de ambos os filmes. A atriz inglesa afirmou que a omissão dos filmes de terror é "muito política", que as nomeações "não são inteiramente baseadas na qualidade de um projeto" porque "há muitos ‘chefs’ na cozinha" e pediu para que haja uma mudança na abertura da Academia ao género, em declarações a Jake Hamilton na sua página de YouTube, 'Jake's Takes'.

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Wanda Sykes Foto: Getty Images
Lupita Nyong'o Foto: Getty Images
Jessica Chastain Foto: Getty Images
Kirsten Dunst Foto: Getty Images
Amy Schumer Foto: Getty Images
Ariana DeBose Foto: Getty Images
Becky G Foto: Getty Images
Alana Haim Foto: Getty Images
Nicole Kidman Foto: Getty Images
Judi Dench Foto: Getty Images
Halle Bailey Foto: Getty Images
Zendaya Foto: Getty Images
Regina Hall Foto: Getty Images
Kourtney Kardashian Foto: Getty Images
Jada Pinkett-Smith Foto: Getty Images
Serena Williams Foto: Getty Images
Zoë Kravitz Foto: Getty Images
Venus Williams Foto: Getty Images
Penélope Cruz Foto: Getty Images
Uma Thurman Foto: Getty Images
Megan Thee Stallion Foto: Getty Images
Jennifer Garner Foto: Getty Images
Mila Kunis Foto: Getty Images
Billie Eilish Foto: Getty Images

UM PORTUGUÊS NA LISTA

O grande destaque do anúncio das nomeações terá de ir, pelo menos na nossa perspetiva, para a primeira produção portuguesa a concorrer a um Óscar. Trata-se da curta-metragem ‘Ice Merchants’, de João Gonzalez e Bruno Caetano, nomeada para Melhor Curta Metragem de Animação.

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Para a categoria de Melhor Filme surgem 10 nomeados: para além do já mencionado ‘Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo’, o grande fenómeno desta edição dos Óscares, referência para as nove nomeações de ‘A Oeste Nada de Novo’ e ‘Os Espíritos de Inisherin’. Os restantes nomes são ‘Avatar: O Caminho da Água’, ‘Elvis’, ‘Os Fabelmans’, ‘Tár’, ‘Top Gun: Maverick’, ‘Triângulo da Tristeza’ e ‘A Voz das Mulheres’.

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‘Glass Onion’ e ‘Living’ aparecem como candidatos a Melhor Argumento Adaptado, ‘Blonde’ levou Ana de Armas à lista de nomeadas a Melhor Atriz e Brendan Fraser, regressado ao grande ecrã depois de várias impactantes questões de nível pessoal, é um dos nomeados a Melhor Ator por ‘A Baleia’.

Por fim, refira-se que o protagonismo do ‘streaming’ nos filmes candidatos aos Óscares decresceu significativamente nesta edição: depois de ‘CODA – No Ritmo do Coração’, da Apple TV+ ter vencido a estatueta de Melhor Filme no ano anterior, apenas um dos nomeados neste ano, ‘A Oeste Nada de Novo’, da Netflix, é uma produção destas plataformas.

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No geral, de acordo com a ‘Deadline’, o número de filmes da Netflix, Apple TV+ e Amazon no rol de nomeados desceu para praticamente metade, de 37 para apenas 19, refletindo bem o travão na ideia que a tendência seria um domínio cada vez mais evidente.

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