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E agora, Carlos Moedas? À beira das eleições, trono do presidente da Câmara de Lisboa abana com uma das maiores tragédias de Lisboa

Nos últimos dias, o brilho tão próprio de Lisboa foi substituído por uma sensação de desconfiança de locais e turistas, que questionam tudo aquilo que davam como adquirido. No meio dos cacos da tragédia, das lágrimas, do medo e da insegurança, Pedro Nuno Santos pede a demissão de Carlos Moedas, e a sua opositora, Alexandra Leitão, lamenta o monólogo do presidente da Câmara, sem direito a perguntas. Com as autárquicas marcadas para outubro, derrocada política pode ser um risco.
Por Rute Lourenço | 05 de setembro de 2025 às 13:37
Carlos Moedas enfrenta críticas após tragédia em Lisboa e risco nas autárquicas Flash
Carlos Moedas enfrenta críticas após tragédia em Lisboa e pedido de demissão Flash
Carlos Moedas enfrenta críticas após tragédia em Lisboa e pedido de demissão Flash
Carlos Moedas enfrenta críticas após tragédia em Lisboa e pedido de demissão Flash

O caso remonta a julho de 2021 e ainda estará na memória de muitos. A Câmara Municipal de Lisboa colocava-se, então, no centro de uma polémica, depois de ter partilhado os dados pessoais de promotores de uma manifestação junto à embaixada da Rússia em Portugal, o que levaria a uma multa milionária e a duras críticas de Carlos Moedas que, à época na oposição, exigia a demissão de Fernando Medina pelas "vidas humanas" que estavam em jogo.

"Fernando Medina não assumiu nenhuma responsabilidade e um líder assume as responsabilidades das suas equipas, portanto, o não assumir da responsabilidade política, e não estamos aqui a falar de um caso qualquer, estamos a falar de um caso em que estão vidas humanas em jogo, e não assumir essa responsabilidade política é muito grave", reiterou.

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Quatro anos depois, o caso parece agora uma gota no Oceano quando comparado com uma das maiores tragédias de todos os tempos, que ficará cravada na História da capital, e que provocou a morte a 16 pessoas, no acidente no Elevador da Glória. 

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Recolhidos os destroços, choram-se as vidas perdidas, apoia-se aqueles que ainda recuperam, exige-se o apurar de responsabilidades, as respostas que todos precisam sobre o que esteve na origem da tragédia e questiona-se também o papel de Carlos Moedas, e qual será a fatura política a pagar pelo acidente trágico.

As críticas chegam de toda a parte e têm sido ferozes, começando pelo facto de o presidente da Câmara de Lisboa ter feito uma declaração sem direito a perguntas. Ora, quando as questões fervilhavam na cabeça de todos os portugueses, Carlos Moedas até podia não ter dados concretos para fornecer no momento exato em que falava aos jornalistas, mas o facto de se ter escudado no silêncio, e na premeditação do que queria dizer, é visto como uma esquiva que, para muitos, não merece perdão.

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Cerimónia em Lisboa com Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro e Carlos Moedas Foto: Lusa
Cerimónia com Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro e Carlos Moedas em Lisboa Foto: Lusa
Cerimónia com Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro e Carlos Moedas em Lisboa Foto: Lusa
Missa com Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro e Carlos Moedas em Lisboa Foto: Lusa
Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro e Carlos Moedas homenageiam vítimas em Lisboa Foto: Lusa
Marcelo Rebelo de Sousa presta homenagem às vítimas junto ao Elevador da Glória, em Lisboa Foto: Lusa
Homenagem às vítimas do Elevador da Glória com Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro e Carlos Moedas Foto: Lusa

Na noite de quinta-feira, dia 4 de setembro, a candidata do Partido Socialista à Câmara de Lisboa – cujas eleições estão marcadas para 12 de outubro –, não pedia a demissão de Moedas, mas questionava isso mesmo, o discurso 'redondo' do presidente, sem direito a contraditório, garantindo que, se fosse ela no cargo, teria agido de uma outra forma.

Alexandra Leitão Flash
Alexandra Leitão Flash
Alexandra Leitão Flash
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"A seguir a esta fase de homenagem e luto, é preciso fazer averiguações, ter esclarecimentos cabais e apurar responsabilidades. Se eu estivesse na posição de Carlos Moedas não teria feito um declaração sem direito a perguntas. Uma declaração que deixou muitas interrogações", afirmou a candidata do PS.

Mais duro seria Pedro Nuno Santos, o antigo secretário-geral do PS, que mesmo arredado dos principais palcos políticos, não se calou perante o desenrolar da tragédia, e a forma como Moedas – cuja câmara tutela a empresa na origem do acidente fatal, a Carris – não agiu como deveria. "Tenho visto algumas pessoas tentarem evitar o inevitável: a assunção de responsabilidades políticas pelo atual Presidente da CML. Sobre responsabilidade política, para sabermos quem a tem neste caso, não é preciso esperar por nenhuma investigação", escreveu nas redes sociais, lembrando as declarações de Moedas para com Medina, em 2021, e como, perante uma situação extremamente dramática, faria muito pior do que aquilo que criticou no passado.

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Mediante a polémica, Luís Montenegro tem funcionado como que um escudo de Moedas, tentando protegê-lo de uma derrocada, que parecia fazer anunciar-se nos últimos dias em Lisboa quando horas antes do desastre do elevador, um prédio inteiro ruía na Graça, não causando, como que por milagre, quaisquer feridos.

Dias antes, Moedas estaria também no centro de uma polémica tornada pública pela 'Sábado', que dava conta que o autarca teria usado meios da Câmara Municipal de Lisboa para gravar os vídeos promocionais do livro que lançou a título pessoal.

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Parecia quase nada, mas face ao que aconteceu tudo se acumula numa bagagem que os principais responsáveis políticos questionam se Carlos Moedas terá a resiliência necessária para carregar quando falamos de Lisboa, o rosto mais visível de Portugal, que em dois dias viu todo o brilho conquistado substituído por desconfiança: daqueles que lá habitam, e dos que sonhavam conhecer as Sete Colinas, mas podem trocá-las agora por um local mais seguro.

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