- Lei Transparencia - Ficha técnica - Estatuto editorial - Código de Conduta - Contactos - Publicidade
Notícia
THE MAG - THE WEEKLY MAGAZINE BY FLASH!

O Natal 'terrível, o pior de todos', que obriga Donald Trump a tornar-se um vendedor de cromos!

O ex-presidente dos Estados Unidos está a apanhar de todos os lados e parece que é só o começo. Agora até "cromos" decidiu vender. Enfim... cromos de luxo, chamemos-lhes assim...
Por Amarílis Borges | 22 de dezembro de 2022 às 22:59
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media
Melania e Donald Trump Foto: Cofina Media

Donald Trump tem poucas razões para comemorar no final deste ano, embora tenha lançado há cerca de um mês a sua candidatura a presidente nas eleições norte-americanas de 2024 - um anúncio muito antecipado, o mais antecipado de todos, aproveitando as figuras de linguagem do próprio. Mas se as festas do final do ano em Mar-a-Lago, na Flórida, pareciam estar a ser pensadas para celebrar o regresso do ex-presidente aos palcos de campanha, o cenário mudou rapidamente.

Nos últimos dias, o ex-presidente perdeu em várias frentes: as declarações de impostos de Trump dos últimos seis anos vão finalmente ser tornadas públicas. A privacidade dos documentos, recorde-se, tem sido uma luta pessoal do ex-líder americano. Antes desta decisão da Câmara dos Representantes, a comissão que investigou a invasão ao Capitólio a 6 de janeiro de 2021 votou de forma unânime que Trump deve ser acusado de quatro crimes. E o resultado das eleições intercalares ainda devem doer na cabeça de Trump depois de perceber que afinal o seu apoio não garante vitória aos candidatos.

pub

O que resta então ao líder da extrema direita americana? Bem, em um dia ele arrecadou 4,5 milhões de dólares (cerca de 4,2 milhões de euros) a posar de super-herói, mas já lá vamos.

IMPOSTOS DESMASCARADOS 

Os rendimentos de Melania e Donald Trump começam a ser vistos à lupa e as primeiras impressões são de que, para um empresário de sucesso como Trump gosta de se apresentar, as declarações do casal ao fisco parecem oscilar de forma significativa. 

pub

As informações constam num relatório da Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara dos Representantes e, de acordo com a 'Reuters', em 2017, por exemplo, os dois declararam um rendimento bruto negativo de 12,9 milhões de dólares, tendo por isso pago 750 dólares de impostos. Em 2018, os rendimentos já teriam sido 24,3 milhões de dólares, o que resultou no pagamento de um milhão de dólares de impostos. Em 2019, apresentaram um rendimento de 4,4 milhões, tendo pago 134 mil dólares. E no ano das últimas eleições presidenciais declararam um prejuízo de 4,8 milhões, o que lhes permitiu passar 2020 sem pagar nenhum imposto sobre o rendimento.

As declarações de impostos de Trump deverão ser divulgadas nos próximos dias, antes que os democratas entreguem a liderança da Câmara aos Republicanos a 3 de janeiro, mas para já a comissão questiona também por que o IRS (Internal Revenue Service), uma agência que faz parte do Departamento do Tesouro, falhou as auditorias aos impostos do ex-presidente nos seus dois primeiros anos de mandato, 2017 e 2018, apesar de ser obrigado a analisar os impostos dos presidentes desde o escândalo Watergate.

pub

"O IRS dormiu ao volante e o programa de auditoria presidencial está falido", disse o senador Ron Wyden, que lidera aquela comissão. "Tenho mais perguntas sobre até que ponto os problemas de recursos ou o medo de retaliação política da Casa Branca contribuíram para os lapsos aqui", afirmou ainda, citado pela 'CNN'.

A BRAÇOS COM A JUSTIÇA

pub

Depois de mais de um ano e meio de trabalho, e mais de mil audiências, a comissão de inquérito aos acontecimentos de 6 de janeiro de 2021 enviou ao Departamento de Justiça a recomendação de que Donald Trump seja acusado de quatro crimes relativos à invasão ao Capitólio: obstrução a procedimentos oficiais, conspiração para defraudar os Estados Unidos, conspiração para fazer alegações falsas e insurreição.

"Nenhum dos acontecimentos de 6 de janeiro teriam acontecido sem ele", lê-se num trecho do relatório final, assinado por sete democratas e dois republicanos, e citado pela 'BBC'.

Ashli Babbit Flash
Ashli Babbit Flash
Ashli Babbit Flash
Ashli Babbit Flash
Ashli Babbit Flash
Ashli Babbit Flash
Ashli Babbit Flash
Ashli Babbit Flash
pub

O documento não tem consequências legais para Trump, mas o Departamento de Justiça está a conduzir as suas próprias investigações e pode aproveitar as conclusões daquele relatório. Se as acusações avançarem, e se for condenado, Trump arrisca-se a ter de pagar multas e a mais de 10 anos de prisão, assim como ficaria impedido de participar nas eleições.

O ex-presidente recusou dar o seu depoimento durante as investigações, referindo-se às audiências como uma "caça às bruxas" com "motivação política".

O HERDEIRO E INIMIGO À VISTA

pub

Nos bastidores da política norte-americana há um barulho com o nome Ron DeSantis, o governador da Flórida que no mês passado foi reeleito com uma larga vantagem em relação ao seu opositor, Charlie Christ (59% dos votos contra 40,2%). Não foi uma vitória qualquer. Em 2018, o político venceu as eleições com um apertado meio ponto percentual e a sua atuação na pandemia da covid-19 é de deixar qualquer Trumpista de olhos arregalados.

No primeiro ano da pandemia, o governador da Flórida teve uma abordagem mais rigorosa, fechou o estado, comprou máscaras, colocou a população a fazer testes. E no ano seguinte virou a abordagem: com o aumento do número de infecções, DeSantis suspendeu restrições e ordenou a reabertura das escolas. "A Flórida foi um refúgio de sanidade quando o mundo enlouqueceu. Fomos a cidadela da liberdade para o povo deste país e, na verdade, do mundo inteiro", disse no seu discurso de vitória no mês passado, citado pela 'BBC'.

pub

O governador também ganhou destaque ao sancionar uma lei polémica que ficou conhecida como 'don't say gay' ou 'não diga gay', que proíbe discussões sobre orientação sexual e identidade de género nas escolas. E quando a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou o direito constitucional ao aborto, DeSantis declarou: "As orações de milhões" foram atendidas. Foi também ele quem pediu orações diante das ameaças do furacão Ian. "Este vai ser um momento difícil. Apenas pedimos às pessoas os seus pensamentos e orações. Esta é uma grande, grande tempestade", afirmou.

Não faltam também discursos contra a imigração no currículo de DeSantis. Depois da passagem do furacão Ian, o governador fez uma declaração sobre a detenção de três suspeitos de pilhagem: "Estas pessoas são estrangeiras, estão ilegalmente no nosso país", disse. "Precisam de ser enviadas de volta aos seus países". As afirmações xenófobas escondem ainda o facto de imigrantes estarem a ajudar na recuperação do estado após o desastre natural, em alguns casos com ordenados a serem roubados pelos empregadores, como acusou o diretor da organização Resilience Force, Daniel Castellanos, em declarações ao 'Guardian'.

pub

"O maior problema que estamos a ver é o roubo dos ordenados", referiu, apontando o dedo a empreiteiros e proprietários de imóveis que exploram migrantes em trabalhos de remoção de entulhos.

Trump não gostou da sombra de um adversário no Partido Republicano e chegou a chamá-lo "Ron De-Sanctimonious", a fazer um trocadilho com a palavra "sanctimonious", que significa "hipócrita".

pub

TRUMP, UM VENDEDOR DE CROMOS COMO NUNCA NINGUÉM VIU, DIRIA ELE

Há entre nós algumas pessoas que pagaram 99 dólares por um cromo digital de Donald Trump vestido de super-herói, lutador de boxe e piloto. O 45.º presidente dos EUA vendeu em apenas um dia uma coleção de 45 mil NFT ('non-fungible token', na sigla em inglês, um bem virtual certificado), arrecadando 4,5 milhões de dólares. 

pub

Os cartões digitais também estavam ligados a uma competição para ganhar prémios, como um jantar na mansão em Mar-a-Lago, um jogo de golfe com o ex-presidente ou ainda uma chamada por zoom. O site de vendas garantiu que o dinheiro arrecadado não será usado na campanha presidencial.

Mas há quem argumente que estes números devem ser interpretados com cuidado, como a cronista Arwa Mahdawi, do Guardian. "Lembram-se quando Melania [Trump] lançou um NFT nesta altura no ano passado? Foi vendido por 180 mil dólares, mas um especialista descobriu que o lance vencedor foi da própria Melania ou de quem organizou a venda do NFT", escreveu na sua crónica semanal.

pub

"E lembram-se quando Donald Trump Jr. escreveu um livro em 2019 intitulado 'Triggered', que liderou a lista de best-sellers do New York Times? Acontece que ele teve uma pequena ajuda dos seus amigos: o Comité Nacional Republicano gastou quase 100 mil dólares numa encomenda em massa do livro, o que ajudou a colocá-lo no top dos mais vendidos", argumentou.

pub
pub
pub
pub

C-Studio

pub