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Memória

Brigitte Bardot: polémicas, grandes paixões, drogas e lutas. Recorde a lenda do cinema francês, que acabou sozinha e abandonada pelo filho

Conta que "oficialmente" teve 17 homens, sendo o mais conhecido Alain Delon, que defendeu até ao fim, mesmo quando nome deste se envolveu em polémicas. Assumiu-se como uma mulher de paixões, nunca quis ser mãe embora tenha tido um filho e acabou dedicada à causa animal e numa surpreendente aproximação à extrema direita francesa. A musa da liberalização sexual e icónica atriz morreu, aos 91 anos de idade.
Joana Guterres
28 de dezembro de 2025 às 11:47
Morreu Brigitte Bardot, ícone do cinema francês e musa da década de 60
Brigitte Bardot
Brigitte Bardot
Brigitte Bardot
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Brigitte Bardot
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Brigitte Bardot
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Brigitte Bardot
Brigitte Bardot
Brigitte Bardot

"A Fundação Brigitte Bardot anuncia com profunda tristeza a morte da sua fundadora e presidente, Madame Brigitte Bardot, atriz e cantora mundialmente reconhecida, que escolheu abandonar a sua prestigiada carreira para dedicar a sua vida e energia ao bem-estar animal e à sua fundação".

Foi assim que o mundo soube, este domingo, dia 28, da morte de Brigitte Bardot, aos 91 anos de idade.

Musa dos maiores cineastas e músicos franceses, de Godard a Gainsbourg, BB, como era conhecida, foi símbolo de libertação sexual e da emancipação da mulher e ícone da sétima arte, tendo participado em 47 filmes em pouco mais de duas décadas.

Nascida em 1934 numa família parisiense rica e educada numa escola católica, a jovem Brigitte recebeu uma educação particularmente rigorosa. Desde a infância, foi incentivada a dançar pela sua mãe, Anne-Marie. A dança viria a 'esculpir' o seu famoso corpo, a sua graça e elegância, mas foi diante das câmeras que BB encontrou a sua vocação.

Com apenas 15 anos, foi capa da revista 'Elle', graças a um pedido especial da sua mãe a uma amiga, que era editora da revista. Foi assim que conseguiu a sua primeira audição para um filme do realizador Marc Allégret, onde viria a conhecer e a apaixonar-se pelo seu assistente, Roger Vadim.

Os dois casaram em 1952, quando BB tinha 18 anos, e separaram-se em 1956. Foi Vadim quem deu a BB o seu primeiro grande papel - e um dos mais icónicos da sua carreira - depois de algumas participações menores: 'E Deus Criou a Mulher', que foi um sucesso mundial que catapultou a carreira da jovem atriz.

Provocativa e moderna, livre e sensual, num piscar de olhos Brigitte Bardot tornou-se um símbolo sexual, uma estrela de cinema e um dos rostos mais famosos do planeta.

"E Deus Criou a Mulher"
"E Deus Criou a Mulher"

Depois de 'Une Parisienne' e 'Babette s'en va-t-en guerre', BB protagonizou 'La Vérité' em 1960, uma produção extremamente desgastante durante a qual foi maltratada pelo realizador, Henri-Georges Clouzot. O filme foi um sucesso, mas terá sido o início do desencanto de BB com o mundo do cinema. Em apenas três anos, a atriz fora alvo de todo o tipo de comentários, tanto admirada como insultada.

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Recorde a vida de Brigitte Bardot em imagens

A TENTATIVA DE POR FIM À VIDA 

No meio do turbilhão que foram os primeiros anos da sua carreira, com a fama súbita e as más-línguas sobre os seus inúmeros 'affairs' e a sua imagem sexual, BB chegou mesmo a tentar o suicídio e também recorreu às drogas, tendo tido uma overdose em 1958.

A própria atriz admitiu que as suas relações nunca duravam muito porque fartava-se rapidamente. "Sempre procurei paixão. Era por isso que era muitas vezes infiel. Quando a paixão começava a desaparecer, ia fazer as malas", contou.

 Depois de Vadim, BB foi casada mais três vezes, com Jacques Charrier - o pai do seu único filho, Nicolas-Jacques, com quem nunca teve uma relação próxima  - com o milionário Gunter Sachs e com Bernard d'Ormale, a sua relação mais duradora. Pelo meio ficaram inúmeros romances e affairs extraconjugais, entre os quais com o ator Alain Delon ou o músico Sacha Distel. Relações "oficiais" terão sido 17, segundo contas da própria atriz.    

BB chegou também a fazer carreira na música, com êxitos como 'Harley-Davidson' e 'Bonnie and Clyde' e, em 1973, decidiu abandonar de vez o mundo do cinema, com apenas 38 anos. No set do seu último filme, a atriz, prestes a reformar-se, resgatou uma cabra. E os animais tornaram-se então a sua maior paixão.

Em 1976, dedicou-se integralmente à defesa das focas, abatidas por sua pele, um produto de luxo que Brigitte Bardot conseguiu banir em França e, posteriormente, na Europa.

Em 1986, criou então a Fundação Brigitte Bardot, à qual dedicaria todo o seu tempo e fortuna, envolvendo-se nas mais variadas campanhas de bem-estar animal, por vezes de forma radical.

Nas últimas décadas, BB escolheu retirar-se da vida pública e viver em reclusão na sua propriedade em Saint-Tropez.

A APROXIMAÇÃO À EXTREMA DIREITA 

Os seus últimos anos ficaram marcados por posicionamentos controversos, entre os quais o seu apoio público a Marine Le Pen. Mas estas polémicas também faziam parte da liberdade de Bardot.

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