
A leitura do testamento significou uma nova divisão na família de Pinto da Costa que, tal como o próprio previu em vida, não se entende em relação à divisão de bens e àquilo que o ex-presidente azul e branco deixou. O facto de o portista apenas ter um T1 em seu nome na altura da morte gerou uma enorme revolta no clã, sobretudo no filho mais velho, Alexandre, que agora avançou com uma ação em tribunal contra Cláudia Campo, acusando a última mulher do pai de ter desviado de património e exigindo-lhe 3,6 milhões de euros.
Um momento tenso, que veio acrescentar novos dados a uma batalha pela herança, em que todos querem perceber o que foi feito à fortuna que Pinto da Costa amealhou ao longo de mais de 40 anos à frente do FC Porto. As últimas notícias sugerem que o portista possa ter feito uma espécie de partilhas em vida, principalmente para evitar estas questões, que já antevia que pudessem surgir, deixando o filho mais velho de fora da 'divisão deste bolo', devido à relação tensa que mantiveram nos últimos anos.
Os dois – que já tinham estado sem se falar durante mais de dez anos no passado – estavam novamente de relações cortadas e há quem diga que Pinto da Costa não conseguiu esquecer a mágoa pelo facto de Alexandre não ter estado lá quando ele mais precisava. "O Alexandre só reapareceu no final do ano, quando o pai já estava muito mal. Mas, mais do que a doença, quando ele precisou verdadeiramente do filho, no momento mais duro, quando perdeu a presidência, ele não estava lá", diz uma fonte, acrescentando que isso levou mesmo a que o filho de Alexandre, Nuno, tomasse as dores do avô contra o pai.
"O Alexandre é uma pessoa complicada e até o filho, a dada altura, cortou relações com ele. O Nuno é um jovem muito íntegro e posso dizer que nesta história, talvez seja o único que não tinha interesses, que esteve ali genuinamente porque adorava, venerava o avô", diz uma fonte, acrescentando que, consciente desse facto, Pinto da Costa lhe deixou um dos seus bens mais preciosos: os direitos de utilização do seu nome. "No fundo, foi como que uma mensagem de que ele é o futuro."
Perante o legado, Nuno quis mostrar que percebeu bem a mensagem que o avô lhe deixou e que não vai deixar que ninguém denigra o seu nome. Por isso mesmo, deu um murro na mesa e, nas redes sociais, fez uma publicação em que exige respeito e que se deixe de fazer política à conta do nome de Pinto da Costa. "O silêncio do Sporting e do Benfica é compreensível. É também uma medalha de honra e prova do fantástico trabalho de uma vida que o meu avô realizou. Dos rivais não espero palmas, de (alguns) dos nossos não espero hipocrisias", escreveu.
Agora, há quem diga que, além do universo desportivo, esta foi também uma mensagem dirigida ao próprio pai, cujas declarações mais recentes não terão caído bem no seio da família, sendo em surdina acusado de hipocrisia por ter afirmado que sempre esteve ao lado de Pinto da Costa.
"Nunca foi o dinheiro nem os bens materiais que me moveram no apoio que sempre dei ao meu pai nos momentos em que ele mais precisou de mim enquanto filho. Menos ainda, não foi o dinheiro nem os bens materiais que me moveram nos desacordos que tive com o presidente do FC do Porto por ele estar tão mal acompanhado nos últimos anos da sua presidência", referiu.
JOVEM AO LADO DE CLÁUDIA
Nas cerimónias fúnebres de Pinto da Costa, o neto Nuno manteve sempre uma postura muito digna e, de acordo com fontes que estiveram no local, mostrou-se sempre muito atencioso para com a viúva, Cláudia Campo, com quem sempre manteve uma boa relação e uma postura de agradecimento, em relação ao papel que tinha na vida do avô.
Na altura, todos estariam, no entanto, longe de imaginar a tempestade que se iria abater sobre o clã, que agora se preparar para uma longa batalha em tribunal por questões relacionadas com herança e património.