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Weekend - Saúde

O medicamento da moda para emagrecer chega a Portugal com um novo nome comercial. Mas será que tudo é ouro?

O Ozempic tornou-se na grande febre para combater as gorduras em excesso porque promete um emagrecimento rápido e sem sacrifícios. No entanto, o facto de ser muitas vezes usado 'off label' tem levado a efeitos secundários indesejados. Entenda o fenómeno... e os perigos.
Por Rute Lourenço | 02 de abril de 2025 às 21:24
Ozempic Foto: Flash

Nos últimos dias, a cantora Katia Aveiro foi uma das últimas celebridades a chamar a atenção para o Ozempic, o medicamento da moda para emagrecer, que se tornou absolutamente viral ao longo do último ano. Também ela tinha experimentado, em 2023, o fármaco – indicado para tratar a Diabetes tipo 2 – ainda que não tenha sido isso que levou a uma perda de peso efetiva.

"O que foi feito, o que passei, e o que aconteceu, só eu sei. Falar, muitas vezes, não mudará o percurso. Algumas irão inspirar-se. Outros, criticar e até ‘tentar’ diminuir. Uns vão colocar nos comentários que foi 'Ozempic'. No ano passado usei isso. Vomitava todos os dias, andava mal disposta e com tonturas constantes. Comigo não funcionou", disse a irmã de Cristiano Ronaldo sobre os efeitos secundários, acrescentando que só conseguiu perder peso quando se consciencializou de que tinha de mudar a sua relação com a comida e embarcar num estilo de vida saudável, acrescentando que o processo começou de dentro para fora. Outras celebridades como Kim Kardashian também já revelaram ter experimentado o famoso medicamento para emagrecer.

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Foto: Flash

Katia Aveiro é apenas uma das muitas caras conhecidas que, a dada altura, se rendeu ao Ozempic, que agora chega a Portugal com um novo nome comercial, Wegovy, da Nordisk, o chamado 'primo' do medicamento antidiabético, com os mesmos princípios ativos, que estará disponível nas farmácias no dia 7 de abril. A diferença entre os dois é que enquanto o Ozempic tem como finalidade o tratamento da diabetes tipo 2, o Wegoy chegou para satisfazer aqueles que recorriam a esse medicamento para fins meramente estéticos e de emagrecimento, estando indicado como complemento de uma dieta reduzida em calorias e de um aumento da atividade física para o controlo e perda de peso em adultos com obesidade ou excesso de peso. Este tratamento é também indicado para o controlo do peso em adolescentes com 12 ou mais anos de idade, com obesidade (IMC = ao percentil 95) e peso corporal superior a 60 kg.

Os dois medicamentos prometem um emagrecimento na ordem dos 17% de forma rápida e sem sacrifícios. Funcionam através de uma injeção na barriga, com uma espécie de caneta, que liberta insulina e vai promover uma maior sensação de saciedade, regular os níveis de açúcar, retardando o esvaziamento gástrico, o que adia, desta forma, a sensação de fome. 

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Kim Kardashian Foto: Flash

No entanto, como em tudo o que promete um milagre imediato, é difícil que não tenha contras e, por muito que se tenha alertado para um uso acompanhado por profissionais de saúde, a verdade é que cresce o consumo num mercado paralelo e a utilização sem qualquer supervisão, com os utilizadores a relatarem um sem número de efeitos colaterais para o uso deste medicamento, que não é comparticipado e custa cerca de 245 euros por unidose.

Um dos mais famosos é a chamada 'cabeça de Ozempic', um efeito que se tornou viral nas redes sociais, e que se refere a uma certa desproporção entre o corpo e a cabeça após o uso do medicamento, o que os profissionais de saúde atribuem a um emagrecimento muito rápido com a correspondente perda de massa muscular.

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"Essa questão da desproporcionalidade entre rosto e corpo acontece pela perda de massa muscular, causada pelo rápido emagrecimento. Isso dá a sensação do resto do corpo estar mais magro do que a cabeça. Então, tudo tem a ver com a falta de massa muscular e de estrutura da composição corporal”, já explicou Ricardo Barroso, endocrinologista e diretor da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional São Paulo). Muitos pacientes denotam também um rosto flácido e com um aspeto mais envelhecido. "Isso não acontece com todas as pessoas, mas acontece, principalmente, com quem tem uma perda de peso mais acelerada. Essas pessoas não conseguem ter uma boa ingestão de proteína, o que causa a perda de massa muscular e a flacidez, porque também há a perda de colágeno", explica o mesmo profissional.

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Entre os efeitos colaterais mais documentados estão as náuseas, vómitos, mal-estar, dor de cabeça, desidratação ou até surgimento de pedras na vesícula. No entanto, estes não impedem que a procura esgote rapidamente o Ozempic, com novos 'parentes' a surgirem agora no mercado.

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