Anjo da guarda até ao fim. O enfermeiro que salvou a vida ao Papa no hospital e a quem Francisco fez o seu último aceno
Massimiliano Strappetti tornou-se inseparável do Papa, transformando-se no enfermeiro de todas as horas durante a batalha contra a pneumonia. Italiano recorda com doçura as últimas palavras que Francisco lhe dedicou e o momento em que lhe acenou pela última vez, na derradeira despedida.Muito amado no Vaticano, o Papa Francisco rodeava-se, no entanto, de um núcleo de pessoas em quem confiava mais do que tudo. Entre três sacerdotes com quem tinha uma ligação especial e as monjas, houve um homem com quem desenvolveu uma amizade muito próxima, sobretudo ao longo do seu último internamento, que durou 38 dias: o seu assistente pessoal de saúde Massimiliano Strappetti.
O italiano está no Vaticano há vários anos e Francisco é o terceiro Papa que acompanhou, tendo estado com João Paulo II e Bento XVI, mas a amizade com o argentino ficará gravada no seu coração de forma diferente.
Depois da batalha no hospital, Strappetti continuava a acompanhar em permanência o Papa e esteve até ao momento da sua morte, conforme revela agora a página oficial do Vaticano.
No dia anterior, o enfermeiro, de 54 anos, tinha-o levado à Praça de São Pedro para aquela que, ainda que não soubesse, seria a sua derradeira despedida dos fiéis, em pleno domingo de Páscoa. Nessa altura, desafiou-o a percorrer a Praça no Papa Móvel. "Acha que consigo?", perguntou Francisco, que se mostrou feliz pelo contacto com quem o aguardava. “Obrigado por me trazer de volta à Praça”, disse no final da missão. Descansaria durante a tarde e jantaria tranquilamente, sem que nada fizesse prever a sua partida, aos 88 anos.
Francisco e o enfermeiro voltariam a estar juntos no dia seguinte, quando o Papa se sentiu mal depois de acordar.
"Por volta das 5h30 surgiram os primeiros sinais do mal-estar, com a intervenção imediata de quem velava por ele. Mais de uma hora depois, fez um gesto de despedida com a mão para Strappetti", afirma o Vaticano