Cerco aperta-se em torno de Isabel dos Santos. Reino Unido congela fortuna da empresária
O Governo britânico decidiu aplicar sanções a multimilionários que terão lesado os seus países de origem. A angolana foi das que ficou sem nada.
O Reino Unido congelou todos os bens de Isabel dos Santos, a empresária e filha do antigo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos e proíbe-a de entrar no país. Estas sanções contra a angolana são o primeiro passo de uma nova política do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico que visa combater a corrupção e o financiamento ilícito.
O Governo britânico anunciou esta quinta-feira, dia 21, estas sanções à empresária angolana Isabel dos Santos e dois dos seus associados, incluindo a proibição de entrar no país e o congelamento de todos os ativos, segundo noticia a agência Reuters, citada pela Rádio Renascença.
As sanções constituem o primeiro passo da nova campanha do Ministério dos Negócios Estrangeiros para combater a corrupção e o financiamento ilícito, segundo o comunicado avançado para as agências internacionais. Estão abrangidos pelas sanções outros dois "cleptocratas (...) que desviaram riquezas dos seus países de origem, bem como os seus amigos, familiares e intermediários que os ajudaram", sendo eles o ucraniano Dmitry Firtash e o político letão Aivars Lembergs.
Para além de Isabel dos Santos, são ainda alvo de sanções a partir de hoje a sua sócia e amiga Paula Oliveira e o ex-diretor financeiro da Sonangol Sarju Raikundalia.
NÃO VAI FICAR QUIETA E CALADA
A empresária angolana Isabel dos Santos reagiu de imediato e afirma que as sanções que lhe foram aplicadas pelo Reino Unido são injustificadas, anunciando que tenciona recorrer da decisão e provar "as mentiras" que o Governo angolano fabricou contra si.
"Nenhum tribunal me considerou culpada de corrupção ou suborno. Estamos perante mais um passo na campanha de perseguição politicamente motivada de Angola contra mim e a minha família", defendeu, reafirmando que tenciona recorrer da decisão britânica: "Espero que o Reino Unido me dê a oportunidade de apresentar as minhas provas e provar estas mentiras fabricadas contra mim pelo regime angolano", salientou, num comunicado a que a Lusa teve acesso.