Dalila Carmo parte a loiça toda sobre o estado da ficção nacional: "Não quero ser uma marioneta!"
Consagrada atriz brilha na nova série da TVI, 'Pecado', e, sem medo, deixa novas críticas a quem manda na televisão.
Dalila Carmo, 47 anos de idade, é uma das protagonistas da nova série da TVI, 'Pecado', de seis episódios, que estreou este sábado à noite e que conta no elenco com Diogo Infante, Daniela Melchior, Pedro Lamares e Lourenço Ortigão, entre outros. Afastada da televisão desde 2020, quando fez 'Na Corda Bamba', também na estação de Queluz de Baixo, a atriz continua, porém, a ser muito crítica com o estado atual da ficção nacional. "Fiz ininterruptamente ficção nos últimos 20 anos e não mudou assim tanto. E devia ter mudado mais", lamenta numa entrevista ao jornal 'Público'.
Ideia de José Eduardo Moniz, consultor de ficção para a TVI, 'Pecado' foi escrita há dois anos, por Maria João Costa, e gravada há um. Só agora viu a luz do dia. Dalila Carmo, quando lhe endereçaram o convite, não abdicou dos seus princípios como atriz: encontrar o compromisso entre os seus objetivos artísticos e o gosto do público. "Como atriz, quero ter uma opinião sobre o que estou a fazer, não quero ser uma marioneta, só a dizer... Tentei transformar esta Rosa, se calhar, numa personagem menos estereotipada, menos machista – não serem sempre as mulheres a disputarem o homem como troféu."
A exemplo de outros colegas, Dalila Carmo deseja produzir ou escrever ficção, ela que mantém a convicção de que há uma saturação de novelas na televisão. "O mercado está a explodir por todos os lados e é altura de darmos espaço a um novo tipo de formato e conteúdo. O público também precisa", constata, acrescentando: "É óbvio que uma série não dá o mesmo retorno que uma novela, estamos conscientes de que o investimento é bastante diferente, mas o futuro, tudo aponta, é de outros formatos."
Mais à frente, na entrevista no mesmo jornal, sem temer qualquer tipo de represálias pelas estações de televisão, Dalila Carmo insistiu na produção e realização de ficção nacional. "As pessoas querem coisas diferentes, as novas gerações já não ficam tão presas às novelas e o audiovisual tem imensas possibilidades a berrar para serem esses caminhos, pedem para ser explorados, nomeadamente na nossa realidade."