Carla Bruni ameaça Sarkozy para não voltar à política: "Teria de trocar-me por outra"
A ex-primeira-dama francesa está certa do futuro do marido e fala das finanças em casa: "Pela primeira vez na vida, ele está a ganhar algum dinheiro".
Enquanto Nicolas Sarkozy enfrenta uma das piores crises na carreira política, Carla Bruni nega categoricamente que o ex-presidente francês possa concorrer nas eleições presidenciais de 2022 e ainda faz uma ameaça.
"O meu marido não vai voltar para a política porque não quer divorciar-se", afirmou Carla em entrevista à 'Vanity Fair' espanhola. "Ele está muito apaixonado. Teria de trocar-me por outra pessoa (risos)", disse.
"Não, não, não, chega de política, acabou! Não só por mim, mas porque o meu marido, que, em minha opinião, foi o melhor presidente que tivemos [em França] nos últimos anos, não foi reeleito, e isso é uma democracia. Então acabou. Não, não, não! Ele não vai voltar à política", insistiu.
Sem tocar no assunto da condenação de Sarkozy por crimes de corrupção e tráfico de influência, a ex-primeira-dama francesa fala do futuro do marido. "Ele não é um homem melancólico ou nostálgico. Eu sou, porque sou compositora. Acontece com os escritores, poetas, também com os jornalistas. Não acha que há algo nostálgico em escrever?", questionou. "Mas ele não é assim. É um homem de ação".
Pobre ex-presidente
Carla Bruni chamou atenção ao revelar que Nicolas Sarkozy está a ganhar dinheiro "pela primeira vez na vida", a trabalhar como advogado.
"Ele tem um novo emprego e está a trabalhar muito. Pessoas de todo o mundo vêm a Paris para pedir conselhos a ele. Pela primeira vez na vida, está a ganhar algum dinheiro - porque, como sabe, os políticos não costumam sair-se bem neste aspecto", afirmou.
Quando tomou posse em 2007, o ordenado mensal de Sarkozy era 8300 euros mas no mesmo ano conseguiu um aumento, passando a receber 19 mil euros brutos - mais 10.700 euros. O atual presidente francês, Emmanuel Macron, recebe 15.140 euros mensais.
A entrevista foi publicada esta terça-feira, 16, poucas horas antes da nova polémica no "Caso Bygmalion", em que Sarkozy foi condenado a três anos de prisão por corrupção. Agora, o ex-presidente começou a ser julgado por "financiamento ilegal de campanha". O ex-diretor adjunto da campanha de Sarkozy, de 2012, Jérôme Lavrilleux, confessou ter participado num esquema de faturas falsas, despesas desvalorizadas e despesas voluntariamente omitidas das contas oficiais.