Separados há três anos, Juan Carlos e Sofia evitam divórcio a todo custo... Estas são as razões para manterem o casamento no papel
Os pais do rei Felipe VI estão de costas voltadas e só se encontram em funerais. Saiba quais são os motivos para que não haja um divórcio oficial.
Quando o rei emérito de Espanha, Juan Carlos, anunciou que estava a deixar Madrid em agosto de 2020 para viver em autoexílio em Abu Dhabi, nada se falou sobre a rainha Sofia nas primeiras horas da mudança. Só mais tarde fontes do palácio confirmaram que a mãe de Felipe VI ia continuar a viver na Zarzuela.
Quase três depois, o casal está mais distante que nunca e nem disfarça, mas a palavra divórcio passa longe do voculário da casa real espanhola. Especialistas explicaram ao 'El Pais' quais poderão ser as razões do rei emérito e da mulher para manterem o casamento.
"A paixão é boa aos 20, 30, 40... mas chega uma idade em que o conforto vem primeiro. Por que as coisas vão mudar se os dois estão bem assim?", questionou Alessandro Lequio, auto-intitulado conde, em declarações àquela publicação.
"Acho que eles ainda estão juntos por uma questão de conforto, tranquilidade e conhecimento", acrescentou Alessandro, que é bisneto do rei espanhol Afonso XIII, sobrinho-neto de Juan Carlos I e primo em segundo grau de Felipe VI.
Alessandro recordou a sua avó, a espanhola infanta Beatriz, que apesar de viver separada de Alessandro Torloni sempre recordou que o marido queria a sua presença no leito de morte. "Acredito que a economia não influencie o facto de os reis Juan Carlos e Sofia ainda estarem juntos. Insisto, para mim eles fazem isso por uma questão de conforto [...] A minha avó, a infanta Beatriz, sempre disse que o meu bisavô queria ter a mulher ao seu lado no leito de morte".
Fortuna em riscoPara a doutora em Direito Civil Purificación Pujol a razão para Juan Carlos e Sofia descartarem o divórcio são as preocupações com o dinheiro.
"Há membros da realeza e pessoas comuns, com uma imensa riqueza, que chegam à conclusão de que o divórcio é mais prejudicial do que não fazê-lo e que a divisão lhes causaria danos", disse a especialista em divisão de bens.
"Tenho visto muitos acordos deste tipo, que contemplam acordos económicos semelhantes a uma pensão ou indemnização. São casais que vivem separados, mas que vão a eventos sociais juntos", conclui.
No caso de Juan Carlos e Sofia nem sequer se sabe qual é o tamanho da fortuna que estamos a falar e a abertura de um processo de divórcio poderia colocar as luzes nesse património.
Pouco que se sabe sobre a riqueza de Juan Carlos, apenas chegou ao público a conclusão dos tribunais espanhóis da década de 1990, em que ficou provado que o rei emérito foi beneficiário de alguns fundos de cerca de 15 milhões de euros.
Os tribunais suíços também garantiram que em 2008 o então rei recebeu 64,8 milhões de euros da Arábia Saudita como um "presente", e que em 2012 esta quantia foi transferida para uma conta nas Bahamas de propriedade de sua ex-amante Corinna Larsen.
A nova relação de Juan Carlos e Sofia
Desde 2020, o ex-rei e a ex-rainha de Espanha encontraram-se oficialmente três vezes. Em maio de 2022, o casal almoçou junto no palácio da Zarzuela, nove dias depois do aniversário de 60 anos do casamento.
Em setembro, Juan Carlos e Sofia estiveram juntos no funeral da rainha Isabel II, em Londres, e quatro meses depois voltaram a encontrarem-se no funeral de Constantino da Grécia, irmão da rainha Sofia, em Atenas.
Juan Carlos regressou pela segunda vez a Espanha na semana passada, mas não foi revelado se encontrou a mulher.