
Donald Trump estava "com medo" e "com dor" quando surgiu na varanda da Casa Branca, numa cena dramática, após o internamento por uma infeção grave do novo coronavírus, em outubro.
A declaração é de Mary Trump, sobrinha do ex-presidente dos Estados Unidos, no novo livro 'The Reckoning' (o acerto de contas, na tradução livre).
"Na sua melhor imitação de Mussolini, ele tirou a máscara numa demonstração macho de invulnerabilidade", escreve a psicológa, citada pelo 'The Guardian'. "Ele cerrou os dentes e projetou a mandíbula, exatamente como a minha avó fazia quando estava a reprimir a raiva ou a dor. Em Donald, eu vi a dor."
"Eu tenho asma, por isso tenho plena consciência de como é quando alguém tem dificuldade para respirar. Ele estava com dor, estava com medo, mas nunca iria admitir para ninguém - nem para si mesmo. Porque, como sempre, as consequências de admitir a vulnerabilidade eram muito mais assustadoras para ele do que ser honesto", acrescentou.
Depois daquela demonstração, o 'New York Times' tornou público que Trump estava gravemente doente, com baixos níveis de oxigénio no sangue e um problema pulmonar associado à pneumonia. A Casa Branca, contudo, nunca admitiu isto.
Mary Trump, de 56 anos, é filha de Fred Trump, o irmão mais velho do ex-presidente, que morreu em 1981 vítima de um ataque cardíaco após longos anos de alcolismo e uma forte guerra com o pai. As desavenças de Mary com o tio começaram com a sua luta para que Donald Trump (líder dos negócios da família) pagasse o tratamento ao seu irmão com paralisia cerebral - o que ele recusou por anos e mais tarde admitiu ter negado a extensão do seguro de saúde por raiva.
Este é o segundo livro de Mary sobre Donald Trump. O primeiro, 'Too Much and Never Enough' (demasiado e nunca o suficiente), retratou Trump como parte de uma família tóxica, filho de um "sociopata". Trata-se da primeira biografia de Trump escrita por um familiar e vendeu quase um milhão de cópias.