A nova vida de Fátima Campos Ferreira e como a morte do marido foi uma prova de superação
A perda do companheiro de vida não abalou a personalidade forte que caracterizou o percurso de Fátima Campos Ferreira, que aos 65 anos é uma das figuras da cobertura da vinda do Papa a Portugal.
Com uma bagagem de mais de 35 anos de carreira, Fátima Campos Ferreira continua a ser uma das jornalistas mais importantes do panorama televisivo português. Prova disso, a missão que lhe foi atribuída de acompanhar o Papa Francisco no voo papal desta quarta-feira, 2 de agosto, desde Roma até Lisboa, para a Jornada Mundial da Juventude.
Nas suas redes sociais, não escondeu o orgulho por poder fazer parte deste momento, partilhando vários registos da viagem, nos quais surge sorridente e com feições felizes. Efetivamente, é uma aventura que simboliza a volta que a comunicadora deu por cima após tempos extremamente atribulados na sua vida.
A nível pessoal, sofreu o golpe da inesperada morte do marido, Manuel Rocha, a 12 de fevereiro deste ano. Segundo afirmou na entrevista ao programa ‘Goucha’, o ex-diretor de Informação da RTP contribuía com o equilíbrio que necessitava na sua vida: "O Manel foi o talento, a criatividade, o sair do livro e agora tens que pensar e fazer. Sempre fui a tal pessoa que apesar de comunicar razoavelmente penso mais do que aquilo que digo. (E ele) foi alguém que me incentivou a fazer. Esse talento e criatividade permanente que ele tinha".
Sobre a forma como esse evento influenciou a sua perspetiva, explicou as lições que conseguiu retirar da tragédia: "É viver de outra maneira, é pensar que a vida continua até um dia. É continuar o resto que me falta", frisou.
Fátima que lançaria, somente mês e meio depois, a sua autobiografia familiar ‘O Infinito Está nos Olhos do Outro’, uma oportunidade para abrir o coração: "Tenho muitas limitações, estou velha. Já não sou a rapariga gira e agradável. Sou hoje uma mulher ‘sessentona’ (sic), que está a lutar para sobreviver e continuar a viver. Este livro é uma espécie de luto para mim.", explicou à FLASH!, em abril.
No capítulo profissional, viu, em 2020, o ciclo do ‘Prós & Contras’ fechar-se 18 anos depois do seu início, o formato a que mais ficou associada ao longo da sua longa carreira. Todavia, nesse mesmo ano, abriu-se uma outra porta na apresentação, através do ‘Primeira Pessoa’, na RTP1, na qual entrevista figuras públicas.
Aos 65 anos, Fátima Campos Ferreira assume-se como uma mulher livre, indisponível para acatar quaisquer eventualidades que coloquem essa condição em causa: "Agora, se tocarem em alguma coisa que tenha a ver com a minha consciência e que eu acho que vai prejudicar a liberdade ou o próximo? Ai, isso têm-me aqui, porque não tenho patrão. O meu patrão é a minha consciência. O Estado é o meu patrão, sou uma servidora pública, mas é a minha consciência que sigo e aceito".