A vida louca de Ângelo Rodrigues que o leva (sempre) a viver no fio da navalha

'Fúria de Viver' é um dos filmes mais conhecidos da curta carreira de James Dean e este título adapta-se na perfeição ao que até aqui tem sido a vida do ator português Ângelo Rodrigues que, neste momento, se encontra numa cama do Hospital de São José, em Lisboa.

Em coma induzido, o ator sofreu aquilo a que se chama a pneumonia por aspiração. Embora se diga que o seu estado clínico é estável e que a sua vida está livre de perigo, esta não deixa de ser uma situação grave e que inspira grandes cuidados e preocupação.

E, de facto, "perigo" é uma palavra que se tem colado à vida "intranquila" de Ângelo. Ao longo da sua vida adulta o ator tem-se colocado voluntariamente em situações perigosas. Recorde-se, por exemplo, a  viagem clandestina no 'Iron Train' que fez em setembro passado.

"A bordo do comboio mais perigoso do mundo", revelou o próprio Ângelo enquanto se filmava dentro de um vagão com uns óculos que pareciam tirados de um filme de ficção científica. "As dúvidas começam a aparecer: a vontade supera o desconforto? Vale a pena correr este risco?", questionou o ator na legenda de um vídeo partilhado nas redes sociais. Ângelo Rodrigues, num outro vídeo feito à noite no'Iron Train', diz também: "Este é ponto da situação neste momento. Já passaram cinco horas de viagem. Encontrei aqui um cantinho no vagão onde passa menos vento e vou tentar dormir um pouco, dentro dos possíveis."

Mas esta não foi a única viagem que fez e que acarretava muitos riscos. Desde que entrou no Hospital Garcia de Orta, em Almada, com fortes dores e acabou por ficar internado com uma infeção na perna que o levou ao coma e quase lhe tirou a vida, o ator já fez muitas outras viagens, sozinho pelo mundo.  

E, sim, desde que conseguiu vencer a morte que Ângelo Rodrigues não dá sinais de abrandar. Até a recuperação à perna que teve que fazer foi levada ao limite. Estava ainda em convalescença quando aceitou um projeto profissional que o obrigava a trabalhar como se não tivesse passado por uma situação extrema como aquela que havia vivido. Trabalhou em esforço, com dores, mas não deixou de fazer este trabalho. Ultrapassou-se e é esta a fibra de Ângelo Rodrigues: conseguir ultrapassar os seus limites a cada novo dia.