Bugatti de 8 milhões e um helicóptero particular... A história de Armando Pereira, o "herói de Vieira do Minho" e homem forte da Altice caído em desgraça
Quem é, afinal, Armando Pereira, cofundador da empresa de telecomunicações Altice, que tem um Bugatti de oito milhões, um helicóptero à porta de casa e um campo de golfe, depois de ter feito fortuna em França, para onde partiu com apenas 14 anos de idade?
Armando Pereira, cofundador da Altice, foi detido nesta quinta-feira por suspeitas de crimes de corrupção, fraude fiscal, branqueamento e falsificação de documentos, abalando assim o mundo da conhecida marca de telecomunicações, podendo esta tornar-se numa indelével mancha num percurso em constante ascensão.
Nascido em Guilhofrei, em Vieira do Minho, emigrou aos 14 anos para França, levando apenas dois pares de calças e camisolas e dois mil escudos no bolso, como declarou numa entrevista à ‘Visão’ trabalhou como servente e como canalizador, tendo aberto depois uma empresa na área das telecomunicações, a Sogetrel, que venderia por 42,5 milhões de euros, sendo fornecedor da France Telecom, segundo relata o ‘Sol’.
Posteriormente, fundou a Altice, em conjunto com o magnata franco-israelita Patrick Drahi. A empresa chegou a Portugal em 2015 quando comprou a Portugal Telecom por um valor de 5,789 mil milhões de euros, tendo sido, nessa altura, apelidado de "herói de Vieira do Minho" pelo então ministro da Economia, António Pires de Lima.
É precisamente nessa localidade do distrito de Braga que tem uma mansão de 15 hectares, com um campo de golfe, uma garagem e… um heliporto, onde estaciona o seu helicóptero, que utiliza para viajar até à luxuosa moradia.
Finalmente, destaca-se o seu apreço por carros: tem na sua posse o exclusivíssimo Bugatti Centodieci, avaliado em oito milhões, sendo apenas um de três portugueses que pode clamar esse privilégio – os outros pertencem ao seu braço direito, Hernâni Vaz Antunes, e a Cristiano Ronaldo. O bólide é ainda personalizado com uma pintura especial que o fez desembolsar ainda mais 500 mil euros.
Atualmente, encontra-se no estabelecimento prisional da Polícia Judiciária, em Lisboa, e tem o primeiro interrogatório judicial agendado para o próximo sábado, perante o juiz Carlos Alexandre.