Dolores Aveiro: Passado de abandono, fome e pobreza
A mãe de Cristiano Ronaldo abriu o livro da sua vida e fala da infância dramática, em que foi internada num orfanato. Tempo de fome e pobreza extrema.
Naquela altura não havia futuro. O tempo era vivido num presente marcado pela dureza da vida. "Não havia grandes sonhos. Nessa altura havia muita pobreza", conta Dolores Aveiro, em entrevista a Cristina Ferreira.
O alcoolismo do pai marcou a infância da mãe de Cristiano Ronaldo que só tinha a mãe presente. Eram 8 filhos criados apenas pela progenitora, dado que o pai estava sempre ausente. "A minha mãe vivia do bordado e o meu pai sempre foi uma pessoa que bebia e não tinha responsabilidade alguma. Era mesmo pobreza".
Uma pobreza que passava pela fome. "Eram os vizinhos que ajudavam a minha mãe e lhe davam um prato de comida. A minha mãe dividia por todos e, muitas vezes, deitava-se sem comer". Aos 37 anos de idade, tinha Dolores 6, a mãe partiu inesperadamente, levada por um ataque cardíaco. "Eu tinha 6 anos quando perdi a minha mãe. E a minha mãe deixou um menino de 9 meses", descreve.
PRESA NO ORFANATO
Sem outros recursoso, as crianças foram internadas num orfanato. Dolores ficou com a irmã mas foram separadas dos restantes irmãos, mais pequenos. "[o bebé] foi para o orfanato. Foi o bebé de 9 meses, outro menino com 2 anos, outro com 4, eu com 6 e a minha irmã. Fui para o orfanato com uma irmã porque a nossa idade permitia estarmos juntas. Não estávamos junto dos irmãos mais pequenos".
Entre os 6 e os 12 anos, a pequena Dolores ali ficou internada, no orfanato. Mas, rebelde, houve um dia em que já esquecida do feitio do pai, fugiu para casa dele e da madrasta. "Quando fui para casa do meu pai pensei que iria ficar melhor. Mas foi um inferno". Acabou por casar-se com somente 19 anos, com Diniz Aveiro, pai dos seus 4 filhos.