Emoção! Álvaro e Jó Caneças: A história de um grande amor
É uma história de 36 anos de casamento, de um amor imenso e entrega absoluta. Conheça os sonhos e frustrações antes de passarem pelo drama do cancro que "roubou" Jó a Álvaro.
No dia em que é revelada a notícia da morte de Jó Caneças, recordamos uma entrevista da socialite e do marido, o empresário Álvaro Caneças, à FLASH!, publicada em fevereiro de 2012. Nesta conversa, o casal abre o livro da sua vida, a história de um grande amor, não esconde a paixão e fala dos sonhos e frustrações antes de Jó passar por todo o drama do cancro no pâncreas – diagnosticado em 2017.
Nem todos os casais têm a sorte de, ao fim de 29 anos [em 2012], dizerem que o seu casamento está repleto de momentos de grande felicidade vividos a dois. Jó Caneças, mais expansiva do que o marido, garante que olhando para trás apenas recorda "coisas boas" e que "conhecer o Álvaro foi o melhor" que lhe aconteceu na vida. Atribui este "encontro" ao destino e explica a sua crença: "Vim da Régua para Lisboa e nunca me encantei com ninguém. Nessa altura, vivia sozinha e o meu pai, sempre muito preocupado comigo, desejava que eu encontrasse alguém. Mas nem mesmo assim isso aconteceu, porque tinha uma grande ânsia de liberdade. Quando conheci o Álvaro, fomos jantar ao Visconde da Luz e, nesse mesmo dia, ele fez questão de me levar a casa dele para me apresentar ao filho. Percebi que a sua intenção para comigo era séria e isso derreteu-me."Para além disso, o cavalheirismo, as atenções, o charme e o sentido de humor do empresário também foram fundamentais para conquistar definitivamente o coração de Jó. Já Álvaro Caneças garante que se rendeu ao facto de ter à sua frente uma mulher bonita: "A imagem sempre foi algo muito importante para mim, sempre gostei de mulheres bonitas. Depois, encantou-me a simplicidade, a maneira de ser e a sinceridade da Jó."
Festejar a data em que se conheceram ou o Dia de São Valentim não é hábito em casa do casal Caneças. Preferem mimar-se ao longo de todo o ano e, além disso, o empresário admite que há muitas datas de que se esquece, "não por desinteresse, mas mais por andar sempre com a cabeça ocupada com os negócios". Ainda assim, Jó não lhe leva a mal e convive bem com estes esquecimentos.
Ainda por cima, quando o marido ainda tem tão presente o dia em que a viu pela primeira vez: "Foi numa festa de amigos comuns, que depois acabaram por nos apresentar. Ela tinha um vestido lilás e reparei logo nela." Contudo, por falar em datas, há que frisar que nenhum dos dois alguma vez se esqueceu do aniversário do outro. Bem pelo contrário, são festejados com toda a pompa e circunstância, sendo célebres as festas que oferecem para várias dezenas de amigos por essas ocasiões.
Quando o assunto da conversa gira em torno do romantismo, Álvaro Caneças apressa-se a dizer que não é romântico. Nem se lembra do dia em que ofereceu flores à mulher pela última vez. Jó avança em seu socorro e revela que ele "gosta mais de oferecer jóias". No entanto, não nega que gostaria que ele fosse um pouco mais romântico: "Agora já me habituei, houve um tempo em que queria muito que o meu marido fosse daqueles homens que escrevem poemas, bilhetes de amor e oferecesse flores."
Há unanimidade quando são desafiados a relembrarem os momentos mais especiais vividos em conjunto: as muitas viagens que já fizeram, incluindo duas voltas ao mundo. Jó faz questão de pormenorizar: "Não me esqueço da viagem que fizemos a Bora Bora e a Sidney. Gostava muito de lá voltar." Álvaro Caneças, por sua vez, que não nega o prazer que sente em viajar, acrescenta: "Hoje tenho um ‘mas’ com as viagens, que é o facto de perder muito tempo dentro das lojas. A minha mulher não consegue resistir às montras e sai de uma loja para entrar na outra ao lado e, isso, confesso, cansa-me um bocadinho."
A cumplicidade entre os dois, garantem, é indestrutível. Tal como a certeza que comungam de que vão continuar a caminhar juntos pela vida. Essa noção vêm-lhes do prazer que sentem em estar juntos, em sair, em conversar e em partilhar tudo. Só quanto à programação da televisão é que não têm gostos tão similares: "Eu fico na sala a ver os programas de economia ou política, e ela vai para o quarto ver outras coisas", revela o empresário.
Os ciúmes é outra questão abordada e os dois confessam-se ciumentos q.b., embora Jó Caneças reconheça ser um pouco mais: "Tenho confiança no meu marido, tal como ele tem confiança em mim. No entanto, reconheço que, apesar da nossa idade, não gosto quando vamos a uma discoteca, por exemplo, e o vejo a olhar muito para uma mulher. Chego ao pé dele e, a brincar, pergunto-lhe se será preciso pintar o cabelo de preto, se for o caso, ou outra coisa qualquer." Atitudes admitidas porque têm consciência de que o ciúme – quando não desmesurado – anda de mãos dada com o amor.
O sonho de ser mãe
Não terem filhos em comum também foi um dos assuntos que veio à baila ao longo desta conversa com a FLASH! – recorde-se que o empresário é pai de João e Rita, frutos do seu casamento com Lili Caneças. Jó Caneças é peremptória quando questionamos se um filho fez falta à relação: "Sem dúvida que sim. Só nos falta um filho e guardo essa mágoa. Contudo, não posso deitar as culpas todas no meu marido, pois tenho a certeza, se tivesse insistido com o Álvaro, ele acabaria por ceder e eu realizaria o sonho de ser mãe. Ainda lhe disse, duas ou três vezes, que queria ter um filho do homem da minha vida. De todas as vezes, ele respondia-me que já tinha dois filhos crescidos e, se tivéssemos um bebé, isso iria impedir que viajássemos tanto como fazíamos. Perante isto, deixei de insistir e desisti da ideia. Hoje, confesso que estou muito arrependida de não ter insistido. Mas também tenho consciência de que essa minha atitude – de não ter insistido – se ficou a dever à minha obsessão em mostrar a certas pessoas que não precisava de ter um filho para prender o Álvaro a meu lado. Hoje, percebo que os meus princípios não foram entendidos por ninguém e, por conseguinte, chego à conclusão de que o sacrifício de abdicar de ser mãe não valeu a pena. Não cometi nenhum crime, não roubei ninguém a ninguém e, por isso, deveria ter tido um filho, sim senhor", concluiu Jó Caneças.