'Nome maldito'! Marcelo revela as 'chatices' de ser um Rebelo de Sousa durante a Revolução
No período que se seguiu à Revolução do 25 de Abril de 1974, ser um 'Rebelo de Sousa' podia ser uma carga de problemas.
No período que se seguiu à Revolução de 25 de abril de 1974, os ânimos andavam exaltados, os confrontos políticos eram uma constante e havia 'tolerância zero' para tudo o que pudesse soar a Antigo Regime. Famílias inteiras abandonaram o País rumo ao exílio entre Espanha e o Brasil.
Baltazar Rebelo de Sousa, o último ministro do Ultramar, viveria na cidade de São Paulo, Brasil, até aos anos 90. Acompanhou-o o filho mais novo, Pedro, os mais velhos, António e Marcelo – o atual Presidente da República – permaneceram em Portugal.
Mas ser um Rebelo de Sousa acarretava alguns problemas, como relatou o Presidente à 'Sábado'. "Qualquer um de nós teve chatices por ser Rebelo de Sousa, e eu até fui o que tive menos", recorda Marcelo Rebelo de Sousa.
"Nas cerimónias do 5 de outubro de 1974, a que fui a pedido de Sá carneiro, , estavam lá o Cunhal, o Soares, eu pelo PPD. Chego lá, um bocadinho atrasado, e pergunta o Santos Silva pai: 'Quem é você?' Lá disse o meu nome e ele, prontamente: 'Marcelo? Isso é um nome fascista [Marcello Caetano]. E Rebelo de Sousa também não é melhor'", revela o Presidente da República.
Mas se a Marcelo o nome lhe valeu alguns apupos, já os irmãos não foram tão "felizes": "O meu irmão António foi despromovido [de técnico economista do Banco Borges & Irmão, para datilógrafo], mas aquilo foi-lhe completamente indiferente, porque ele era completamente militante."