Marcelo ajudava a mãe em bairros pobres
Marcelo Rebelo de Sousa lembra, neste dia, como era a mãe, Maria das Neves. Quando menino ia com a mãe a bairros pobres e foi com ela que aprendeu a lição da importância dos afetos.
"Como era a mãe? Para todos os filhos, a mãe é sempre a melhor do mundo. E, portanto, era a melhor do mundo". Como qualquer filho, também o Presidente da República confessa, em carta aberta publicada no jornal 'I', o seu carinho pela progenitora.
O Presidente da República conheceu, desde criança, o que é viver em situações difíceis. A mãe, Maria das Neves, assistente social, muitas vezes levava o filho para o trabalho.
Assistente social, a mãe do então "Celinho", como lhe chamava, trabalhava em bairros muito pobres de Lisboa. E foi desse convívio com as grandes assimetrias sociais que o atual Presidente começou a ganhar consciência da importância de ser próximo dos outros e de tentar ajudar os que mais necessitam. "A sua vida profissional, a sua vocação, o seu percurso pessoal passou sempre pela proximidade em relação aos outros".
UMA CRIANÇA QUE JÁ ERA DE AFETOS
Ver o trabalho desenvolvido por Maria das Neves fez nascer, neste filho, o mais velho de 3 irmãos, um espírito solidário muito forte e que tem sido bastante visível desde que se tornou Presidente da República. Na carta aberta à já falecida mãe, Marcelo precisa quem eram os "outros" de quem a mãe se ocupava. "Eram outros muito particulares, porque se tratava de crianças portadoras de deficiência em bairros de lata de Lisboa, nomeadamente o Casal Ventoso".
Marcelo Rebelo de Sousa recorda, ainda, a grande presença de espírito da mãe. "Recordá-la é recordar uma força da natureza dedicada aos outros, com uma visão social, muito mais progressista do que conservadora, que este sempre, eu diria, na crista da onda daquilo que era , em cada momento, o desafio mais premente, mais arriscado, mas também mais humano".