
Bastou deparar-se com um livro para que Manuel Luís Goucha recuasse à sua infância e relatasse um episódio que iria ter um imenso impacto na sua vida familiar. "Vamos ter que recuar uns 60 anos, década de 60, portanto. Estávamos na praia, na Figueira da Foz. Era agosto, passávamos sempre os meses de agosto na praia da Figueira da Foz. Estava a minha mãe, eu e o meu irmão, naquele dia, quando vemos um senhor a vir em direção ao toldo onde estávamos. É então que a minha mãe nos diz: 'Portem-se bem, vem ali um amigo da mãe e foi ele quem me emprestou este livro'", começa assim o relato feito o apresentador da TVI num vídeo partilhado nas redes sociais.
E continua a recordar: "Realmente, a minha mãe andava a ler um livro, lembro-me perfeitamente, com uma capa dura, sobrecapa azul, com umas figuras impressas. E também me recordo do título do livro, 'Nem só de Caviar vive o Homem'. Foi assim, naquele dia, que o nosso padrasto entrou nas nossas vidas. O senhor Braga."
Manuel Luís Goucha prossegue: "Nunca o tratei de outra forma, nem por padrinho, nem por tio. Ele foi sempre o senhor Braga. Confesso que não tive assim uma relação de grande afeto, de grande estima com este senhor, até porque saí de casa cedo, saí de casa aos 17 anos. O meu irmão continuaria até aos dias de hoje em Coimbra, portanto, ele, sim, tem uma relação muito interessante com ele, até porque tinham paixões comuns, como, por exemplo, a paixão pela Académica de Coimbra", realça.
Assume de seguida: "Sempre o considerei como um intruso na minha relação com a minha mãe. Qualquer psicólogo facilmente desmonta, explica esta situação. Seria um bom homem, mais tarde a relação acaba. Penso que tenha vivido com a minha mãe entre 11 e 14 anos", recorda o comunicador da TVI.
E volta ao livro que tantas recordações lhe trazem: "Passaram muitos anos, 20, 30 anos. Aos sábados, por vezes, ia à Feira da Ladra. Gosto do ambiente da Feira da Ladra. Num desses sábados, depois do almoço, viro para o Campo de Santa Clara, há, ou havia, ali uns alfarrabistas com umas bancas de livros. Livros velhos, não antigos, expostos no exterior. Naquele sábado, passeei o meu olhar pela banca dos livros e não é que dou de caras com uma capa que me era familiar... Lá estava um exemplar do livro 'Não só de Caviar vive o Homem'. Claro que o tinha de comprar, cá está ele, muito velhinho", finaliza.