
Quando André Villas-Boas apareceu pela primeira vez na noite eleitoral trazia vestida a camisola 13 do FC Porto. Saltou para cima de uma plataforma e saudou energicamente, aos gritos de "Porto, Porto, Porto", quem ali estava para celebrar a sua vitória. O clube da Invicta acabava de entrar numa nova era, de uma forma tão avassaladora quanto imprevisível para a generalidade da opinião pública.
De facto, o País sentia que o antigo treinador podia derrotar Pinto da Costa, mas ninguém imaginava que o fizesse com uma vantagem de 80-20, como se veio a verificar. Toda a encenação, feita naqueles minutos que mediaram entre a primeira aparição de Villas-Boas e o discurso de vitória, teve como efeito prático consagrar televisivamente a nova energia na liderança do clube.
Com uma votação tão expressiva e uma ocupação tão vigorosa do espaço público, ninguém teve a mais pequena margem de manobra para colocar em causa a mudança de poder no Dragão. E assim se concretizou em Portugal mais um processo de transição bem inovador – o poder de mais de quatro décadas foi substituído de forma pacífica, sem a mínima contestação e de forma surpreendentemente imediata, assim que acabou a contagem dos votos.
Informação – 25 de Abril
Talvez tenha sido o momento, nos mais de 900 anos de História do País, em que mais portugueses se juntaram num só local ao mesmo tempo. A manifestação dos 50 anos do 25 de Abril, na Av. da Liberdade, em Lisboa, foi um verdadeiro happening, que juntou gente de todas as idades, quadrantes ideológicos e estratos sociais, em redor da mera celebração da liberdade. Uma tarde memorável, que juntou famílias, e que foi acompanhada de perto pelos diretos televisivos dos canais de informação, merecedores de enormes elogios.
Programação – Repetições
A causa direta desta nota é a repetição do filme sobre o 25 de Abril na tarde de… 27. Mas, na verdade, seja para poupar orçamento de grelha, seja por má opção, as repetições começam a ser uma praga na antena da SIC. Uma coisa é a estação assumir, a partir de certa altura, que o mês está perdido e não vale a pena fazer grandes esforços. Outra coisa, de efeitos duradouros bem mais graves, é desistir do espectador e saturá-lo com o refugo da programação. Resultado: o fosso para a TVI vai-se acentuando.
A Subir – Sebastião Bugalho
Surpreendente cabeça de lista da AD para a Europa, se abandonar o comentário deixará a televisão mais pobre. A sua rapidez de pensamento alterava os pressupostos de qualquer debate, e isso deixará saudades aos espectadores.
A Subir – João Patrício
Por vezes são as decisões mais surpreendentes que viram o jogo. Está a provar a virtude da sua escolha para apresentador do formato com resultados consistentes.
Neutro – Daniel Oliveira
Vem de 'A Sentença', colocada estrategicamente ao sábado depois de almoço, o mais relevante desafio ao magazine do diretor de programas da SIC em vários anos de liderança. Um duelo a acompanhar.