
O campeonato vai a meio. É boa altura para fazer o balanço de uma das novidades televisivas da época. Trata-se de 'Futebol Mais', que Sousa Martins apresenta aos fins de semana na TVI, e que devolveu o prazer da bola aos portugueses sem dinheiro para a Sport TV.
O regresso do campeonato à televisão de sinal aberto deve ser elogiado. Mas os elogios ficam-se por aí. Os resultados são desanimadores. Em cinco meses, 'Futebol Mais' só ganhou 3 vezes à SIC no seu horário. Em quatro ocasiões ficou mesmo atrás da RTP 1.
A média de share é de 13,1%. A média da TVI, em janeiro, por exemplo, está perto dos 22%. As razões do fracasso são simples de explicar. Falta de ritmo, erros de realização, critérios desligados da atualidade.
O programa de sábado, 28, é exemplar: gastou quase metade do tempo (20 minutos) com resumos e análise dos "grandes"; pouco mais de minuto e meio com as outras partidas; e os restantes 18 minutos com a arbitragem.
O modelo parece ser fixo, quer haja dúvidas no apito, quer não haja. Se não, vejamos: esta semana foram analisados nove lances de Porto e Sporting. Só num deles houve divisão no juízo dos três ex-árbitros residentes.
Ou seja, o programa segue o seu rumo empastelado, mesmo quando não há polémica nem discussão. Problemas de realização, como comentadores tapados por tempo indefinido pelas folhas de quem está sentado do outro lado, agravam ainda mais o tom arrastado de um formato que presta um mau serviço ao futebol e é um fardo às costas da TVI. É urgente melhorar.