
O debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro foi vivo, intenso e conseguiu, seguramente, captar a atenção dos eleitores. Televisivamente, foi um programa pobre, mal realizado e com falhas logísticas irritantes.
O tom geral dos candidatos foi de enorme intensidade, com ataques e acusações cruzadas. São dois líderes que acreditam poder ganhar as eleições e chegar ao cargo de primeiro-ministro. Isso aqueceu o debate e vai, provavelmente, acentuar a agressividade a caminho do ato eleitoral.
Os moderadores, Clara de Sousa, Sara Pinto e João Adelino Faria, tiveram um papel muito difícil, e por vezes caíram no exagero de interromperem as discussões mais acesas. Não faz muito sentido organizar um debate, e cortar de imediato todos os momentos em que os protagonistas começam a discutir diretamente.
Os líderes dos dois partidos estavam sentados perto um do outro. Ora falavam diretamente entre si, ora eram interpelados pelos três jornalistas em estúdio. O problema é que os microfones, sobretudo o do líder do PS, estavam mal colocados, o que levou a que se perdesse por diversas vezes a clara perceção do que foi dito.
O resultado final deste duelo é incerto. Como de costume, cada um dos lados da barricada dirá que o seu candidato ganhou. Só a 10 de março, dia de irmos a votos, se saberá.
PROGRAMAÇÃO - A HORA DE RAP
A decisão de antecipar uma semana o início do programa de Ricardo Araújo Pereira é uma cartada forte da SIC. O programa estava aprazado para o próximo domingo, mas começou oito dias antes. Isso significa que Daniel Oliveira ainda acredita que pode virar o jogo em fevereiro, através do controlo do horário nobre com esta nova aposta. Será possível?
INFORMAÇÃO - OVERDOSE
No dia do debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, SIC Notícias, RTP3 e CNN passaram o dia todo a fazer a antevisão do programa, como se de um jogo de futebol se tratasse. Houve momentos de exageros bizarros, como o acompanhamento dos candidatos nos carros como se de autocarros de futebol se tratasse. Percebe-se a tendência para privilegiar a política espetáculo, mas há limites para tudo.
SOBE - PEDRO NUNO SANTOS
Foi muito mais agressivo do que se esperava. Apostou tudo numa vitória frente a Luís Montenegro. Uma cartada que pode ter sido decisiva para o Partido Socialista.
SOBE - LUÍS MONTENEGRO
O secretário-geral do PS entrou ao ataque. Isso significa que os socialistas consideram que têm de recuperar atraso. O líder da AD parece ter sido apanhado desprevenido pela agressividade, mas Montenegro recuperou a tempo.
MANTÉM – MODERADORES RTP/SIC/TVI
Papel difícil de Clara de Sousa, Sara Pinto e João Adelino Faria, que conseguiram, porém, levar o debate a bom porto.