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Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

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"Estás com pressa"

Todos os que previram a morte da televisão generalista têm nas transmissões futebolísticas um poderoso adversário. Só os jogos de futebol são suscetíveis de juntar em frente ao ecrã, de uma forma irrepetível, as várias gerações que se cruzam numa família.
08 de dezembro de 2022 às 06:00
Seleção no Qatar
Seleção no Qatar Foto: Cofina Media

Eis o segredo do futebol: consegue juntar 5 milhões de espectadores à frente de uma só partida. Ora, 5 milhões de audiência total representa exatamente metade da população portuguesa. Foi esse o recorde batido no jogo da Seleção Nacional contra o Uruguai. Todos os que previram a morte da televisão generalista têm nas transmissões futebolísticas um poderoso adversário. Só os jogos de futebol são suscetíveis de juntar em frente ao ecrã, de uma forma irrepetível, as várias gerações que se cruzam numa família.

O Mundial no Qatar tem uma estrela única, global e que ameaça apagar todas as outras (pelo menos até haver campeão). Essa estrela é um jogador português chamado Cristiano Ronaldo, que chegou ao torneio rodeado pela atenção dos media de todo o mundo por causa de um simples conflito laboral, com o clube que o empregava, o Manchester United.

Esse efeito centrípeto de Ronaldo, esse ponto focal que engole todos os holofotes, voltou a fazer-se sentir no último jogo da Seleção na fase de grupos, quando um desabafo do jogador por estar a ser substituído ("estás com uma pressa de me tirar...") se transformou na notícia principal relativamente à vida da Seleção. Hoje em dia, não haverá outro local no mundo ocidental tão escrutinado e coberto por tantas câmaras como um campo de futebol. CR7 devia saber bem qual o efeito potencial de um episódio deste género, depois de, há 12 anos, ter sido apanhado numa situação semelhante ao recomendar aos jornalistas que fossem falar com Carlos Queiroz. 

INFORMAÇÃO - APOSTA NA UCRÂNIA

Sérgio Furtado
Sérgio Furtado Foto: TVI

A TVI tem o enorme mérito de manter correspondentes em permanência na Ucrânia, o que revela extraordinários profissionais que estão na estação. Com a disponibilidade financeira para manter esta presença num país em guerra, disponibilidade financeira essa que não está ao alcance de nenhum outro concorrente, público ou privado, ganha o espectador, pelo que só pode ser uma iniciativa merecedora de elogio.

 

PROGRAMAÇÃO - A GRELHA É TUDO

Sangue Oculto, SIC
Sangue Oculto, SIC Foto: SIC

No mês de novembro, a SIC conseguiu dar a volta à ficção, e a novela 'Sangue Oculto' melhorou o desempenho. Não houve nenhuma alteração de conteúdo. Houve, sim, a prova de que num canal a grelha tem muito mais relevância do que à partida se pode imaginar. A SIC atrasou o início da emissão dos episódios diários, passaram a começar mais tarde, e dessa forma afastou a sua principal novela da concorrência direta com 'Festa É Festa'.

A TVI não conseguiu, ainda, reagir a este movimento que melhorou – e muito –  o desempenho do horário nobre da SIC.E ajudou a manter a liderança no mês de novembro. A grelha é tudo!

 

SOBE - DANIEL OLIVEIRA

Daniel Oliveira, diretor de Programas, SIC
Daniel Oliveira, diretor de Programas, SIC Foto: Instagram

Contra todas as apostas, limpou o mês de novembro, e, pelos primeiros sinais, desferiu um rude golpe na motivação do principal concorrente.

DESCE - JOSÉ EDUARDO MONIZ

José Eduardo Moniz, TVI, plural, açores
José Eduardo Moniz, TVI, plural, açores Foto: D.R.

Num mês em que tinha tudo para liderar, perdeu para a SIC, e ainda ficou a uma distância de algumas décimas. Não vai ser fácil repetir o sucesso do ano 2000.

DESCE - JOSÉ FRAGOSO

José Fragoso
José Fragoso

Num mês com muitos jogos na RTP1, não conseguiu, mesmo assim, colocar o canal a competir pela liderança. É o efeito TVI: se não conseguiu em novembro, dificilmente conseguirá outra vez, seguindo a mesma estratégia.

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