
Poucas personalidades conseguiriam, como Ronaldo, colocar o mundo todo focado no conteúdo de uma simples entrevista. Nem em Hollywood encontraríamos, hoje em dia, quem conseguisse ser o centro das atenções globais dias a fio apenas por causa das suas palavras numa emissão televisiva. O impacto global foi gerido com mestria: a progressiva e cadenciada revelação de excertos significativos foi aguçando o apetite, ao mesmo tempo que ia, já por si, cumprindo o objetivo traçado pelo entrevistado. Mas a revelação de excertos, via Youtube, não retirou em nada o interesse pelo produto. Ou seja, a revelação das partes da entrevista não desfez o encantamento pelo todo. Prova disso é que a exibição, na RTP1, dos dois episódios em que estava organizado o documento registou ótimos resultados, mesmo sendo em dias posteriores à divulgação global de todo o conteúdo. Além disso, a associação entre o drama pessoal de Ronaldo e o conflito laboral criou uma enorme e justificada onda de simpatia relativamente ao jogador português, porque raras são as dores na vida comparáveis à perda de um filho, e a humanidade é, no fundo, sensível ao sofrimento verdadeiro. O efeito ao retardador da entrevista de Cristiano Ronaldo vai depender de dois fatores neste momento incontroláveis. O primeiro, é saber se a "bomba" terá o efeito pretendido, ou seja, se o Manchester United irá libertar o craque português e deixá-lo acabar o carreira noutra paragem qualquer. O segundo, ainda mais impossível de prever, é o resultado do Mundial. Alguém imagina o que se dirá desta decisão de Ronaldo dar uma entrevista nestes dias se Portugal vier a conquistar a glória do título?
Prova disso é que a exibição, na RTP1, dos dois episódios em que estava organizado o documento registou ótimos resultados, mesmo sendo em dias posteriores à divulgação global de todo o conteúdo. Além disso, a associação entre o drama pessoal de Ronaldo e o conflito laboral criou uma enorme e justificada onda de simpatia relativamente ao jogador português, porque raras são as dores na vida comparáveis à perda de um filho, e a humanidade é, no fundo, sensível ao sofrimento verdadeiro.
PROGRAMAÇÃO - 'THE CROWN'
A quinta temporada da série sobre a família real inglesa é extraordinária, e sobe a fasquia da qualidade das produções Netflix. Textos deslumbrantes e exemplares da forma como se diz tudo sem dizer nada, representados por atores muitos bem preparados e que levam a sério o seu papel. Está ao nível dos melhores episódios de 'West Wing', a série que documentou a vida na Casa Branca. No diálogo entre o príncipe Filipe e a Rainha sobre a "amiga" do marido, no confronto de Diana com Carlos, na forma como a entrevista de Diana à BBC foi tecida, os episódios são exemplos de contenção tensa, digamos assim: muita emoção com poucas palavras, só as essenciais. Quem puder ver, não perca.
INFORMAÇÃO - 'QATARGATE'
Passou na SIC Notícias, no fim de semana, 'Qatargate', no segmento 'Toda a Verdade', que aconselho a todos os espectadores. Trata-se de uma grande reportagem que percorre os bastidores da votação que entregou o torneio de futebol ao Qatar, com suspeitas de subornos documentadas em agendas oficiais e relatos de almoços no palácio presidencial francês. Passa também pela denúncia, com imagens e depoimentos, das condições de vida dos trabalhadores do Qatar no bairros miseráveis que rodeiam o conto de fadas. Um documento imperdível, e que mostra como este Mundial de futebol ficará na história pelas piores razões, lado a lado com o da Argentina em 1978.
SOBE - NUNO LUZ
É um exemplo de longevidade. Desde 1996, pelo menos, que não falha um torneio internacional de futebol, pela SIC. Sempre com o seu estilo ousado, provocador e simples, que por vezes se confunde com falta de tato, Nuno Luz volta a marcar a agenda da SIC no Qatar.
SOBE - JOSÉ FRAGOSO
A operação 'Mundial de futebol' está a ser um sucesso na RTP. Cobertura global, multimédia e bem planeada, que está a justificar, da melhor forma possível, o investimento de 12 milhões de euros feito pela empresa. Os resultados também estão a correr bem.
DESCE - RUI SANTOS
DESCE - RUI SANTOS
A ida do comentador de futebol ao 'Jornal das 8' de sábado passado foi um desastre. O resultado deixou a desejar, contribuindo para uma derrota pesada da TVI no share diário. No final do mês, veremos se não foi este jornal de sábado da TVI que deu a vitória em novembro à SIC.