
A SIC ganhou o dia 1 de janeiro de goleada. Teve 7 pontos percentuais de avanço sobre a TVI. Este resultado dá um empurrão relevante para um mês em que, noutras circunstâncias, a TVI poderia colocar em perigo a liderança do canal de Paço de Arcos. Analisemos as causas deste autêntico "fenómeno de ano novo". Muitos leitores me questionam sobre a razão para dizer que a maior diferença entre SIC e TVI é a qualidade dos programadores, diferença essa que chega para manter a SIC na liderança. Ainda recentemente houve novo exemplo da minha tese, no dia de ano novo. Vejamos: com a performance na quadra natalícia, a SIC garantiu desde logo o triunfo em dezembro, como aqui assinalámos. Ato, contínuo, o canal de Daniel Oliveira desacelerou, começou a poupar energia e, sobretudo, dinheiro, o que provocou um abaixamento dos resultados na última semana do ano. Pelos vistos, o foco passou a ser o que interessava, a nova meta, o novo desafio. Ou seja, o dia 1 de janeiro, novo mês, novo ano. Na primeira tarde do ano, a SIC apresentou novos filmes para toda a família. E no horário nobre estreou o formato em que aposta para janeiro, ' Em contraponto, a TVI começou o ano com uma repetição e com produto desajustado ao público disponível. Na tarde do dia 1 repetiu a gala do 'Big Brother' da véspera. Juntou-lhe o concerto de uma banda juvenil e mais uma dose extra dos 'Morangos com Açúcar'. Problema: não era esse o público disponível naquele dia, após a festa do réveillon. Dir-se-á: foi uma forma de poupar, ou então não havia produto. Bom, para poupar, teria sido melhor em dezembro, visto que o mês já estava perdido. Produto, havia, como prova a emissão do 'Top Gun' uma semana antes. Este 'blockbuster', um campeão de bilheteira, se tivesse sido guardado para a tarde de ano novo não teria feito mais sentido? Resultado desta diferença na qualidade de programação: a SIC ficou sem concorrência, de regresso aos gloriosos tempos da liderança sem oposição.
Em contraponto, a TVI começou o ano com uma repetição e com produto desajustado ao público disponível. Na tarde do dia 1 repetiu a gala do 'Big Brother' da véspera. Juntou-lhe o concerto de uma banda juvenil e mais uma dose extra dos 'Morangos com Açúcar'. Problema: não era esse o público disponível naquele dia, após a festa do réveillon. Dir-se-á: foi uma forma de poupar, ou então não havia produto. Bom, para poupar, teria sido melhor em dezembro, visto que o mês já estava perdido.
INFORMAÇÃO - SOS HOSPITAIS
A prova da falência de uma certa ideia do Serviço Nacional de Saúde é que hoje em dia o Correio da Manhã publica a lista das urgências abertas como ainda há pouco tempo se publicava a lista das farmácias de serviço. Se alguém previsse esta degradação dos hospitais há apenas um ano, seria seguramente chamado de lunático. E no entanto aqui estamos: o cidadão que precisa de urgências tem de ler a lista do CM com os hospitais abertos e fechados. Na quadra, as televisões cumpriram o seu papel, fazendo reportagens em direto a mostrar o caos na saúde. Muito bem.
PROGRAMAÇÃO - FILMES NO CABO
O afastamento progressivo do cinema das grelhas dos canais generalistas tem consequências nalgumas épocas do ano em que as famílias se juntam mais em casa. O Natal e o Ano Novo são os maiores exemplos desses fenómenos. Os principais efeitos: quem arrisca mudar a agulha, mesmo que pontualmente, ganha – veja-se os resultados da SIC na quadra natalícia e no dia de ano novo. Por outro lado, os canais de cinema no cabo subiram bastante nestes dias, chegando a ser, por vezes, o principal adversário da CMTV no 'ranking' do consumo de televisão temática.
SOBE - JOÃO MANZARRA
Entrada fulgurante no ano novo com 'A Máscara' a dominar o horário nobre. O formato é a sua cara. Para o canal, esta energia dia 1 de janeiro é relevante. Trabalhar faz toda a diferença.
SOBE - CRISTINA FERREIRA
Logrou uma gala de fim de ano muito bem conseguida. Num estilo mais contido, dominou o estúdio e a narrativa. Esta contenção é o caminho que lhe resta para voltar ao estrelato.
DESCE - 'MORANGOS COM AÇÚCAR'
A estreia até foi auspiciosa, mas o andamento do projeto mostra que ele já teve o seu tempo. Ressuscitar formatos tem sido uma opção sempre rejeitada pelos espectadores portugueses.