
Diana Chaves não era uma escolha óbvia para o novo 'reality show' da SIC. Como apresentadora, não tem um histórico que seja suficiente para lhe dar uma personalidade televisiva autónoma e imediatamente identificada pelos espectadores. É com este desafio que tem a oportunidade de se impor.
Na pior das hipóteses, se isso não acontecer, será ela um dos motivos para o falhanço de 'Casados à Primeira Vista'. Dito de forma clara: este é o momento da verdade para a carreira de Diana Chaves. Mas não só para ela. Com a estreia do programa, este domingo à noite, a nova equipa dirigente também joga uma cartada decisiva.
Até aqui, tudo o que tem mudado na SIC não passa de cosmética. Mexe aqui, mexe ali, muda Júlia, regressa Figueiras. Desta vez, é a sério. A estreia de um 'reality show' que já foi escolhido pelo novo director obriga o mercado a avaliar os resultados com outros olhos. Será um indicador para entender se a SIC vai, ou não, embarcar nesta viagem, a viagem de trocar de objectivos, de abandonar a presunção de querer "público de qualidade", e passar a correr, ao invés, atrás da liderança.
Na óptica da TVI, este desafio surge num momento delicado. Os sinais de desgaste do 'Pesadelo' estavam lá desde a primeira emissão. A um Ljubomir delicodoce ("confitado", como lhe chamei) junta-se a duração interminável das emissões, e a contaminação comercial. Resultado? O formato lidera, mas muito abaixo dos parâmetros anteriores que fizeram do 'chef', em 2017, a personalidade do ano na televisão portuguesa. Veremos a quem passa o testemunho.
Ainda é cedo para perceber como vai ficar a batalha das tardes. Os sinais são contraditórios, mas o facto de Júlia ter voltado a ganhar à concorrência, mesmo tendo sido apenas num par de dias, é notícia. É, também, sintoma de que a fraqueza da TVI é mais acentuada do que parecia. Soubesse a SIC aproveitar!
Fernando Pessoa dizia que também há infinito na rua dos Douradores. Agora, é caso para dizer que também há surrealismo nos canais portugueses. No caso, às 7 da tarde. Cristina Ferreira, a nova estrela da SIC, continua todos os dias a brilhar e a promover-se na TVI, depois de ser atacada pelos antigos chefes. No meio desta trapalhada, o ex-gordo da RTP1 já está a subir.
O rasto de destruição provocado pelo furacão Leslie voltou a mostrar como os fenómenos da natureza nos deixam, sempre, a um pequeno passo do caos. Desta vez, a Protecção Civil fez um bom trabalho de aviso às populações. Na tarde de sábado, multiplicaram-se os alertas, as conferências de imprensa e os conselhos. Mesmo assim, os estragos foram enormes. Na semana passada, o destaque do fogo em Sintra foi a RTP3. Esta semana, cabe uma nota para a SIC Notícias. Apesar de tanto aviso, à hora do furacão lá estava, certo e seguro, o Eixo do Mal. SIC quê?
Ao fim de 62 anos de emissões, a RTP tem, pela primeira vez na sua História, uma jornalista como directora de Informação. Maria Flor Pedroso chega ao topo da carreira de forma inesperada, visto que, há apenas três semanas, nada indicava que Paulo Dentinho pudesse sair. Dentinho fez um bom primeiro mandato, e estragou tudo no segundo, a começar pelas escolhas desastrosas que assumiu para a sua equipa.