'
FLASH!
Verão 2025
Compre aqui em Epaper
Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

Notícia

O comentador Medina

O que faz mais impressão nesta história é que nem Medina, político experiente e batido, nem Figueiredo, analista sagaz e certeiro, tenham parado um segundo para pensar, nem que fosse com os seus botões. Se o tivessem feito, qualquer um deles certamente perceberia em três tempos o buraco em que se iam meter.
25 de agosto de 2022 às 15:19
Fernando Medina
Fernando Medina

Sérgio Figueiredo precisou de três páginas para reconhecer o óbvio. Quer ele, quer o ministro Medina cometeram um erro infantil, algo inesperado em dois homens tão cultos e inteligentes. O que faz mais impressão nesta história é que nem Medina, político experiente e batido, nem Figueiredo, analista sagaz e certeiro, tenham parado um segundo para pensar, nem que fosse com os seus botões. Se o tivessem feito, qualquer um deles certamente perceberia em três tempos o buraco em que se iam meter. Mas ou não pensaram, ou pensaram mal. Ou então nem Medina é um político assim tão preparado, nem Figueiredo um analista tão astuto.

Medina continua a achar que pode governar às escondidas. Já na crise da Rússia, quando a autarquia de Lisboa entregou a Moscovo dados pessoais de ativistas, decidiu não dar explicações na sua crónica da TVI24, numa decisão incompreensível e que praticamente lhe destruiu irrevogavelmente a credibilidade como comentador. Figueiredo perdeu as qualidades de analista, porque aceitou um cargo que se via a léguas que o ia colocar na boca do lobo, atendendo ao histórico de ambos.

Em resumo: um não podia convidar, o outro jamais poderia aceitar, nenhum dos dois parou para pensar. Sérgio fica a dever um favor a Fernando – não teve a presença de espírito de dizer "senhor ministro, não está a pensar bem. Isso que propõe vai ensombrar-lhe o futuro político". O Sérgio Figueiredo dos melhores anos teria percebido a milhas que este negócio ia dar para o torto.

Medina continua a achar que pode governar às escondidas. Já na crise da Rússia, quando a autarquia de Lisboa entregou a Moscovo dados pessoais de ativistas, decidiu não dar explicações na sua crónica da TVI24, numa decisão incompreensível e que praticamente lhe destruiu irrevogavelmente a credibilidade como comentador. Figueiredo perdeu as qualidades de analista, porque aceitou um cargo que se via a léguas que o ia colocar na boca do lobo, atendendo ao histórico de ambos.

Em resumo: um não podia convidar, o outro jamais poderia aceitar, nenhum dos dois parou para pensar. Sérgio fica a dever um favor a Fernando – não teve a presença de espírito de dizer "senhor ministro, não está a pensar bem. Isso que propõe vai ensombrar-lhe o futuro político". O Sérgio Figueiredo dos melhores anos teria percebido a milhas que este negócio ia dar para o torto.

INFORMAÇÃO - SEIS MESES DE GUERRA

Pedro Mourinho
Pedro Mourinho

Passaram 180 dias desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Em geral, as televisões portugueses estiveram à altura do desafio. De início, logo em fevereiro, apostaram orçamentos que eventualmente não tinham em enviados especiais, e trouxeram novos comentadores para o mercado. Foram os pontos positivos nas televisões, além da revelação de Pedro Mourinho, na TVI,  e Alfredo Leite, da CMTV, como dois grandes repórteres de guerra. A presença de vozes enviesadas pró-Rússia, sem fazerem prévia declaração de interesses, quer no comentário, quer na reportagem, foi o mais negativo, afetando sobretudo a CNN e a SIC Notícias, esta numa fase inicial da guerra.

PROGRAMAÇÃO - DUAS SEMANAS APENAS

Nuno Eiró, Sara Sousa Pinto, Hora de Verão
Nuno Eiró, Sara Sousa Pinto, Hora de Verão Foto: Instagram

"Veremos se esta opção é definitiva, ou se será mais uma experiência." Era assim que há duas semanas aqui analisávamos a estreia de 'Hora de Verão', às 7 da tarde. Passaram apenas duas semanas e o programa já acabou. Confesso que não imaginava ser possível num dos canais principais do País esta dose de experimentalismo num horário tão importante como o das 19 horas. Aparentemente, e se nada mudar na decisão da TVI entre a horaa que escrevo e o fim da tarde de hoje (nunca fiando), regressa agora 'Rua das Flores', entretanto um pouco mais enfraquecido pela mudança repentina da hora.

SOBE - JOSÉ FRAGOSO

José Fragoso
José Fragoso

Tenho estima pessoal e profissional pelo diretor de Programas da RTP. Contra todas as expectativas e em condições dramáticas, está a fazer o que pode numa estação à deriva. Fica por saber do que seria capaz se a empresa estivesse arrumada.

 

SOBE - CARLA TRAFARIA

carla trafaria
carla trafaria

É um dos rostos do noticiário matinal da RTP. É um daqueles casos em que a adequação ao posto faz uma carreira, ao mesmo tempo que limita as novas oportunidades.

 

DESCE - FERNANDO MENDES

Fernando Mendes
Fernando Mendes

Raramente há o que apontar ao apresentador que leva a RTP1 às costas. Desta vez também não será responsável, mas as repetições d’'O Preço Certo' desgastam-lhe a marca. Fica o alerta antes de haver consequências duradouras.

Leia também
Leia também

você vai gostar de...

Mais notícias de A Grelha da Semana

TVI renasce

TVI renasce

O mercado dos generalistas perdeu, nos primeiros 8 meses, perto de 145 mil espetadores.
Fogo e abandono

Fogo e abandono

É esse mesmo abandono que depois fica registado nas inúmeras reportagens em diretos do combate aos fogos.
Fome em Gaza

Fome em Gaza

Em defesa do que resta do prestígio do Estado israelita, é urgente mudar o rumo deste genocídio lento.
Nada mexe na TVI

Nada mexe na TVI

Já agora, no meio da queda generalizada, até é a informação da TVI que dá alguns sinais de vida.

Subscrever Subscreva a newsletter e receba diariamente todas as noticias de forma confortável