
Sérgio Figueiredo precisou de três páginas para reconhecer o óbvio. Quer ele, quer o ministro Medina cometeram um erro infantil, algo inesperado em dois homens tão cultos e inteligentes. O que faz mais impressão nesta história é que nem Medina, político experiente e batido, nem Figueiredo, analista sagaz e certeiro, tenham parado um segundo para pensar, nem que fosse com os seus botões. Se o tivessem feito, qualquer um deles certamente perceberia em três tempos o buraco em que se iam meter. Mas ou não pensaram, ou pensaram mal. Ou então nem Medina é um político assim tão preparado, nem Figueiredo um analista tão astuto. Medina continua a achar que pode governar às escondidas. Já na crise da Rússia, quando a autarquia de Lisboa entregou a Moscovo dados pessoais de ativistas, decidiu não dar explicações na sua crónica da TVI24, numa decisão incompreensível e que praticamente lhe destruiu irrevogavelmente a credibilidade como comentador. Figueiredo perdeu as qualidades de analista, porque aceitou um cargo que se via a léguas que o ia colocar na boca do lobo, atendendo ao histórico de ambos. Em resumo: um não podia convidar, o outro jamais poderia aceitar, nenhum dos dois parou para pensar. Sérgio fica a dever um favor a Fernando – não teve a presença de espírito de dizer "senhor ministro, não está a pensar bem. Isso que propõe vai ensombrar-lhe o futuro político". O Sérgio Figueiredo dos melhores anos teria percebido a milhas que este negócio ia dar para o torto.
Medina continua a achar que pode governar às escondidas. Já na crise da Rússia, quando a autarquia de Lisboa entregou a Moscovo dados pessoais de ativistas, decidiu não dar explicações na sua crónica da TVI24, numa decisão incompreensível e que praticamente lhe destruiu irrevogavelmente a credibilidade como comentador. Figueiredo perdeu as qualidades de analista, porque aceitou um cargo que se via a léguas que o ia colocar na boca do lobo, atendendo ao histórico de ambos.
Em resumo: um não podia convidar, o outro jamais poderia aceitar, nenhum dos dois parou para pensar. Sérgio fica a dever um favor a Fernando – não teve a presença de espírito de dizer "senhor ministro, não está a pensar bem. Isso que propõe vai ensombrar-lhe o futuro político". O Sérgio Figueiredo dos melhores anos teria percebido a milhas que este negócio ia dar para o torto.
INFORMAÇÃO - SEIS MESES DE GUERRA
Passaram 180 dias desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Em geral, as televisões portugueses estiveram à altura do desafio. De início, logo em fevereiro, apostaram orçamentos que eventualmente não tinham em enviados especiais, e trouxeram novos comentadores para o mercado. Foram os pontos positivos nas televisões, além da revelação de Pedro Mourinho, na TVI, e Alfredo Leite, da CMTV, como dois grandes repórteres de guerra. A presença de vozes enviesadas pró-Rússia, sem fazerem prévia declaração de interesses, quer no comentário, quer na reportagem, foi o mais negativo, afetando sobretudo a CNN e a SIC Notícias, esta numa fase inicial da guerra.
PROGRAMAÇÃO - DUAS SEMANAS APENAS
"Veremos se esta opção é definitiva, ou se será mais uma experiência." Era assim que há duas semanas aqui analisávamos a estreia de 'Hora de Verão', às 7 da tarde. Passaram apenas duas semanas e o programa já acabou. Confesso que não imaginava ser possível num dos canais principais do País esta dose de experimentalismo num horário tão importante como o das 19 horas. Aparentemente, e se nada mudar na decisão da TVI entre a hora 'Rua das Flores', entretanto um pouco mais enfraquecido pela mudança repentina da hora. a que escrevo e o fim da tarde de hoje (nunca fiando), regressa agora
SOBE - JOSÉ FRAGOSO
Tenho estima pessoal e profissional pelo diretor de Programas da RTP. Contra todas as expectativas e em condições dramáticas, está a fazer o que pode numa estação à deriva. Fica por saber do que seria capaz se a empresa estivesse arrumada.
SOBE - CARLA TRAFARIA
É um dos rostos do noticiário matinal da RTP. É um daqueles casos em que a adequação ao posto faz uma carreira, ao mesmo tempo que limita as novas oportunidades.
DESCE - FERNANDO MENDES
Raramente há o que apontar ao apresentador que leva a RTP1 às costas. Desta vez também não será responsável, mas as repetições d’'O Preço Certo' desgastam-lhe a marca. Fica o alerta antes de haver consequências duradouras.