
Ninguém imaginaria que o final do programa de Ljubomir representaria o fim de um pesadelo para a SIC. O chef, notabilizado pelo 'Pesadelo na Cozinha', na TVI, transformou-se num enorme problema para as noites de domingo do canal de Daniel Oliveira, e a conclusão do formato vai representar uma oportunidade de ouro para a estação privada de Paço de Arcos acentuar o controlo dos domingos. Neste momento, até os formatos da RTP1 ameaçam ganhar-lhe – vários formatos. É interessante analisar o que terá mudado no enquadramento profissional de Ljubomir, ao mudar da TVI para a SIC, e o que o fez perder tanto público. Na TVI, Ljubomir invadia restaurantes existentes e procurava melhorá-los. Isso criava momentos de tensão, resolvidos com graça muitas vezes – vem desse tempo a fama dos palavrões. Mas cada programa era uma lição de liderança, e expunha as misérias dos empresários portugueses, que procuram o sucesso muitas vezes sem a mínima noção das realidades. Na SIC, sofreu da mania das grandezas. Um concurso com megaestádio, organizado em jeito de reality show da cozinha. Ora, aí, perdeu a espontaneidade e a energia selvagem que fizeram dele um fenómeno. Agora, o ideal é descansar a imagem. Só lá mais para a frente poderá tentar de novo a sorte na televisão portuguesa.
É interessante analisar o que terá mudado no enquadramento profissional de Ljubomir, ao mudar da TVI para a SIC, e o que o fez perder tanto público. Na TVI, Ljubomir invadia restaurantes existentes e procurava melhorá-los. Isso criava momentos de tensão, resolvidos com graça muitas vezes – vem desse tempo a fama dos palavrões. Mas cada programa era uma lição de liderança, e expunha as misérias dos empresários portugueses, que procuram o sucesso muitas vezes sem a mínima noção das realidades.
Na SIC, sofreu da mania das grandezas. Um concurso com megaestádio, organizado em jeito de reality show da cozinha. Ora, aí, perdeu a espontaneidade e a energia selvagem que fizeram dele um fenómeno. Agora, o ideal é descansar a imagem. Só lá mais para a frente poderá tentar de novo a sorte na televisão portuguesa.
PROGRAMAÇÃO - HERDEIROS DE SOBRAL
O fenómeno Salvador Sobral aumentou a responsabilidade da RTP no 'Festival da Canção'. O público reconciliou-se com o festival, e a reboque aumentou o interesse pela música portuguesa. Colocar canções em inglês é um erro de palmatória. Tirando isso, o espetáculo de sábado passado foi eficaz, fez um resultado médio, de 16% de share, e encontrou em Maro a nova coqueluche do novo espírito festivaleiro.
INFORMAÇÃO - ALEXANDRE GUERREIRO
Um antigo profissional dos serviços secretos com um percurso profissional e intelectual ligado às causas do Estado russo acaba a comentar a guerra com a Ucrânia na SIC Notícias. As ligações ao Estado português, que também existem, são matéria que cabe ao Governo esclarecer. Mas o lugar de comentador é o mais relevante no contexto desta coluna. Estar alinhado, mais ou menos formalmente, com o regime de Putin não é ilícito. O grave é chegar ao estatuto de comentador sem a transparência obrigatória de revelar tais ligações. A direção da SIC deve explicar a opção.
SOBE - BRENT RENAUD
Jornalista, ex-profissional do 'New York Times', morreu na Ucrânia, vítima, ao que tudo indica, de disparos russos. Outro profissional ficou ferido. A guerra é uma realidade cruel, que a ninguém poupa, e a presença em locais de combate é de uma dureza incompreensível para quem nunca sai de um estúdio, seja de informação, seja de entretenimento ou humor.
SOBE - DANIEL OLIVEIRA
Os primeiros sinais do novo duelo na televisão, entre o já experiente líder da SIC e o novo diretor-geral da TVI, José Eduardo Moniz, está a dar vantagem ao canal 3. Março está a ser um mês muito difícil para a TVI, que está, para já, em forte queda.
DESCE - JOSÉ ALBERTO CARVALHO
O jornal da TVI não está a dar-se bem com a guerra. Vários dias seguidos com o 'Jornal das 8' atrás do 'Telejornal' mostram que o modelo de cobertura do conflito acentua equívocos na empresa, confusão de conceitos, e bloqueios na eficácia informativa.