
Com o objetivo de fazer chegar a informação a todos os portugueses, direito constitucionalmente consagrado, a ERC está a implementar um plano de acessibilidades para pessoas com necessidades especiais. Os canais de televisão têm um conjunto de obrigações, entre as quais interpretar por meio de língua gestual um conjunto de noticiários todos os dias, de forma a possibilitar o acompanhamento das notícias por parte da população com dificuldades auditivas.
Trata-se de uma ideia nobre, mas que inevitavelmente descambou em exagero, quando foi apresentada a intenção de ocupar com o tradutor uma percentagem desproporcionada da área do ecrã, quando se sabe que o universo-alvo é relativamente restrito, cerca de 80 mil pessoas, no pior dos cenários. O ecrã ficaria como que capturado pela tradução, em detrimento da facilidade de apreensão das mensagens pelo resto do auditório, uma solução irracional sobretudo quando se sabe que há hoje em dia diversas soluções tecnológicas para dedicar vias exclusivas para este tipo de serviço. Além desta desproporcionalidade, surgem agora queixas de portadores de deficiência auditiva, sobretudo entre os mais velhos e isolados, nos meios rurais.
Queixas segundo as quais (ver reportagem no é difícil entender as traduções emitidas nas televisões, mesmo as que aparecem ao lado dos governantes, sobre a pandemia. É urgente, por isso, repensar o plano de acessibilidades, sobretudo com vista a adequar cada medida à sua justa dimensão.
INFORMAÇÃO - MUNDIAL IBÉRICO
Só em organização conjunta com o vizinho espanhol poderia alguma vez Portugal ambicionar receber um campeonato do mundo de futebol. Basta sublinhar que há um número muito limitado de estádios portugueses com condições para receber os jogos, e nenhum dos nossos recintos poderá receber o jogo decisivo do torneio. É, por isso, boa ideia juntar os esforços dos dois países, porque assim nasce uma candidatura com enormes possibilidades de sucesso. Uma das primeiras prioridades deve ser evitar o divórcio com o contribuinte português, e garantir desde o início que não haverá novos elefantes brancos por causa de um torneio de futebol.
ENTRETENIMENTO - AGRICULTOR MULTIPLICADO
Fim da tarde, às 19 horas, depois da meia-noite, fim de semana, e mais o que veremos.
Além, claro, do horário original, o domingo à noite.
Está em marcha um autêntico milagre da multiplicação do Quem Quer Namorar com o Agricultor? na antena da SIC. E sempre com bons resultados, rasando mesmo a liderança no acesso ao prime time, em que compete com Fernando Mendes e o seu O Preço Certo. Um vendaval de audiências que se prepara para varrer todo o verão, e que cria novo problema para a TVI, novamente a descer. A TVI tende a personificar o mito de Sísifo: sempre que parece ter subido uma montanha, escorrega e volta para trás, condenada que está a iniciar a subida outra vez.
MANTÉM - RONALDO
A intervenção arquitetónica de CR7, digamos assim, sugou todas as atenções neste período pré-Euro 2020, transformado para já numa espécie de "operação marquise". Quando a bola começar a rolar, e porque tem mais jogos que os outros, a RTP1 vai crescer no mês de junho.
DESCE - CARLOS DANIEL
Chama-se É ou Não é e substituiu o Prós e Contras na grelha do serviço público. Perdeu tanto ou tão pouco que, além de não fazer notícia, reduz os resultados da RTP1 praticamente a metade. Seria uma belíssima jogada de antecipação se a próxima liderança da RTP começasse por recuperar o Prós e Contras. Seria bom para o canal, e o País agradecia.
DESCE - RTP3
Quinta-feira passada, a RTP3 esteve sem emissão a partir da meia-noite, pelo menos na operadora MEO. O resultado foi, naturalmente, mais de duas horas e meia sem espetadores, de acordo com a medição da GfK.