
Páscoa, Benfica e fins de semana. É nesta trilogia que assenta a esperança da SIC de recuperar a liderança já em março. Se isso acontecer, será uma vitória muito estimulante para Daniel Oliveira e a sua equipa. Caso contrário, poderemos estar a assistir ao início de uma longa série de vitórias da TVI e, mais tarde ou mais cedo, a uma profundíssima crise da empresa proprietária da SIC.
Olhemos então, como prometido na semana passada, para o que tem de fazer a SIC para reconquistar o primeiro lugar. O mês de março termina no domingo de Páscoa. A tradição indica que a quadra dará vitórias robustas ao canal 3, com uma previsivelmente sólida programação familiar, sobretudo baseada em filmes. Isto significa que a TVI terá de fazer pela vida e chegar aos últimos 4/5 dias com um avanço suficiente para aguentar esse embate. Ora bem: durante o mês, Ricardo Araújo Pereira e o próprio ato eleitoral vão continuar a dar à SIC oportunidade de equilibrar os resultados. Depois, Daniel Oliveira terá de fazer tudo para planear fins de semana fortes. Se o conseguir, terá uma oportunidade de ganhar o mês. Finalmente, há o futebol: em março há dois jogos da Liga Europa, ou seja, previsivelmente dois jogos do Benfica na SIC, enquanto a TVI só tem um jogo do FC Porto na Champions.
Em resumo: com a Páscoa e o Benfica, Daniel Oliveira tem tudo para conseguir triunfar no mês mais importante e decisivo da sua carreira como diretor de programas. Se conseguir montar bem as manhãs e as tardes, e se conseguir sustentar um bom arranque da nova novela, só lhe falta armar os fins de semana para ganhar. Passados poucos dias de uma grande derrota, parece surpreendente, mas a SIC tem tudo na mão para dar a volta.
PROGRAMAÇÃO - FIM DE 'FESTA'
A vitória da TVI no mês de fevereiro teve outro efeito na programação do canal, mas que, possivelmente, será negativo para a SIC. Expliquemos: Moniz nunca gostou de ‘Festa é Festa’, produto acarinhado por Cristina Ferreira. O contexto do triunfo da TVI nas audiências tornou possível o fim desta produção, que não estava a resistir à nova novela da SIC. Mais uma vitória interna de Moniz, que quase passou despercebida. Essa é a parte que pode não ser boa notícia para a SIC.
ELEIÇÕES - CARTOON DESAJUSTADO
O período de campanha eleitoral é sempre particularmente sensível devido às exigências de equilíbrio e de equidade no tratamento editorial. Uma eleição tão disputada como esta, e com o resultado em aberto como raramente se viveu em democracia, acrescenta exigência aos jornalistas. Do que tenho assistido, os 3 canais generalistas têm estado à altura. O único erro grave, um cartoon inqualificável no final do ‘Jornal da Tarde’ da RTP, não é um erro de jornalistas, é um erro conceptual.
SOBE - ANTÓNIO COSTA
O mais bem estruturado discurso de campanha surgiu de quem já não é candidato. Uma peça de oratória notável, no comício do PS no Porto, com o natural interesse das televisões, que o deram na íntegra.
SOBE - LUÍS MONTENEGRO
O ataque ao líder da AD com tinta é um ato desprezível. Montenegro reagiu com calma, presença de espírito e fair-play. Ganhou pontos pela forma como reagiu a uma situação de elevado stress.
SOBE - RUI COSTA E VARANDAS
Lado a lado durante o jogo, um abraço no final. Independentemente de quem ganha e de quem perde, os líderes do futebol têm de incrementar bons exemplos como este.