
A SIC arranca 2022, aparentemente, com orçamento reforçado, o que lhe dá capacidade para enriquecer a oferta de fim de semana. Agora, além do formato de domingo, o canal liderado por Daniel Oliveira apresenta novos trunfos também para sábado. O regresso do Ídolos, já aqui apontado como um programa que a SIC não deveria desperdiçar, será, a concretizar-se, uma ótima notícia para os espectadores. Na SIC, a ficção, tudo indica, continuará a dar cartas, tal como a informação. E assim, uma previsão sem grande risco aponta para mais uma provável vitória da SIC no ano que vem. Contrariar este destino compete à TVI. A nova tentativa para os domingos à noite, com o Big Brother Famosos apresentado por Cristina Ferreira, é a principal incógnita, mas é sobretudo uma aposta arriscada. O casting não parece facilitar a adesão das famílias. Melhorar o day time por forma a adequá-lo aos públicos existentes em cada horário; trazer de volta para o radar da atenção os jornais da TVI, secundarizados pelo advento do canal CNN; e aprofundar o crescimento da ficção são os três fatores que condicionarão o sucesso do canal em 2022. Na RTP, não vale a pena fazer previsões porque muita coisa depende do resultado das eleições legislativas. Até lá, a empresa continuará paralisada. Tudo somado, muito dificilmente o panorama televisivo português será muito diferente daqui por um ano, quando fizermos o balanço de 2022.
PROGRAMAÇÃO - TRADIÇÃO DE NATAL
Quer seja pela boa seleção de filmes, quer seja pelo público tradicional do canal, a verdade é que o Natal na SIC é uma tradição, com cinema que reúne efetivamente a família. Mesmo nos tempos de maior crise do canal, a quadra natalícia dava o brinde dos bons resultados e da liderança ao canal 3. Este ano, mais uma vez cumpriu-se a tradição, e a SIC arrasou a concorrência no fim de semana alargado de Natal, algo provavelmente a replicar no ano novo. Para a TVI, arrancar o Big Brother Famosos logo no dia 2 não é, provavelmente, boa ideia. Mais valia ter esperado uma semana.
INFORMAÇÃO - CENTENÁRIO
De vez em quando o canal 11, da Federação Portuguesa de Futebol, sai-se com uma grande ideia que sobressai na regularidade da sua grelha competente. Desta vez, três episódios deliciosos contam a história centenária da Seleção Nacional. O primeiro vai desde as origens até ao Euro 2004, o segundo mostra os bastidores do europeu realizado em Portugal e o terceiro conta o título europeu em França. O episódio sobre o Euro português é o mais interessante porque revela imagens inéditas do que foi um fracasso desportivo, mas que a esta distância adquire outra perspetiva. Serviço público no 11. A série ainda está nas boxes, é ver porque vale a pena.
SOBE - FERNANDO MENDES
É a figura do ano no entretenimento televisivo. Senhor de um formato que parece ter sido desenhado à sua medida, já derrotou várias investidas da concorrência. Tem o dom de levar o espectador da RTP a adaptar o seu quotidiano para não perder esta hora de convívio. É o senhor RTP.
SOBE - JOÃO BAIÃO
Vai o nome e a foto de João Baião para representar o entretenimento ligeiro do day time da SIC. Ele, Diana Chaves e Júlia Pinheiro são reis e senhores da manhã e da tarde, no balanço do ano, são três casos de sucesso e sustentam a liderança incontestada da SIC.
DESCE - MANUEL LUÍS GOUCHA
Não tanto pelas tardes, construídas com solidez, mas mais pela apresentação do Big Brother a meias com Cláudio Ramos, uma ideia peregrina e que tirou qualquer hipótese à TVI de enfrentar a SIC no último trimestre, como era sua obrigação e teria acontecido com outra solução no domingo à noite. Assim, foi um ano perdido.