
Trata-se de um espetáculo que perdeu o interesse televisivo há anos. Em Portugal, antes de ser relegado para os canais de desporto mais minoritários, chegou a ocupar a hora de almoço da RTP1, sobrepondo-se, quando havia provas, ao próprio 'Jornal da Tarde', que saía do seu horário para dar lugar às corridas. Era o tempo em que os carros de formato estranho representavam glamour, tecnologia e modernidade. Uma era em que as corridas eram conhecidas como "o grande circo" - o "grande circo da Fórmula 1", dizia-se no jornalismo desportivo. Um conjunto nefasto de circunstâncias fez encolher este circo até quase à insignificância: por um lado, o fim das estrelas globais, como Prost, Senna ou Schumacher. Depois, a erosão da competitividade, a inexistência de duelos que extravasassem as fronteiras da modalidade, o envelhecimento do conceito, até pela antiga associação a fenómenos como o tabaco, por exemplo. A Fórmula 1 parecia caminhar para a morte. Eis senão quando aparece uma palpitante corrida do título, no fim de semana passado, entre um britânico chamado Lewis Hamilton e um jovem holandês, de seu nome Max Verstappen. O espectador casual, que não acompanha a modalidade, ficou surpreendido com a qualidade televisiva das transmissões. Há grandes planos de beleza extrema e pormenores que reforçam a emoção global, vemos as equipas a torcerem, ouvimos as comunicações (algo vetado ao adepto do futebol, por exemplo). Claro que decidir a época toda na última volta ajuda, mas o espetáculo foi arrasador. Televisivamente, a Fórmula 1 é, hoje em dia, o desporto mais bem trabalhado de todos. Se encontrar estrelas globais e proporcionar duelos emocionantes, os grandes espetáculos televisivos farão o resto.
Era o tempo em que os carros de formato estranho representavam glamour, tecnologia e modernidade. Uma era em que as corridas eram conhecidas como "o grande circo" - o "grande circo da Fórmula 1", dizia-se no jornalismo desportivo. Um conjunto nefasto de circunstâncias fez encolher este circo até quase à insignificância: por um lado, o fim das estrelas globais, como Prost, Senna ou Schumacher.
Depois, a erosão da competitividade, a inexistência de duelos que extravasassem as fronteiras da modalidade, o envelhecimento do conceito, até pela antiga associação a fenómenos como o tabaco, por exemplo. A Fórmula 1 parecia caminhar para a morte.
PROGRAMAÇÃO - DIANA CHAVES
É uma apresentadora improvável dos programas diários de entretenimento ligeiro. Ganhou o lugar por causa do aperto em que a SIC se viu, certo fim de semana, com a saída súbita de Cristina Ferreira. Como o sucesso resulta sempre da conjugação do talento com a oportunidade, agarrou-se à sorte e lidera as manhãs há meses, com João Baião. A herança que deixará, mais tarde ou mais cedo, a Fátima Lopes, será pesada. Agora vai voltar a ser responsável pela aposta de domingo à noite, o 'Casados à Primeira Vista'. Diana Chaves é uma estrela em ascensão no universo SIC.
INFORMAÇÃO - ENTREVISTAS
Louvável o esforço feito pela RTP com as entrevistas de Vítor Gonçalves aos líderes partidários, em período ainda de pré-campanha. Vítor Gonçalves é, de longe, o melhor entrevistador dos 3 canais generalistas, pelo que todas as emissões têm sido altamente informativas e úteis para o cidadão-eleitor. Tantas vezes criticada, desta vez é merecedora de elogio a direção de informação do canal.
SOBE - DANIEL OLIVEIRA
Iniciemos o balanço do ano. Nos programadores, o vencedor é, novamente, o líder da SIC, que consegue fechar o ano sem que tenha havido o mínimo sinal da concorrência de que poderia disputar a liderança. Foi o ano da consagração de Daniel Oliveira.
MANTÉM - HUGO ANDRADE
Se a SIC teve um ano em grande, a transição na TVI para Hugo Andrade fez-se sem sobressalto. Chegou a dar sinais de que poderia dar a volta. Mas os bloqueios da cadeia de decisão da empresa, num primeiro momento, e o autofágico empenho da TVI no cabo, na parte final do ano, retiram-lhe qualquer hipótese de brilhar.
DESCE - JOSÉ FRAGOSO
O ano dos diretores de programas tem um derrotado claro. A RTP1 vive uma encruzilhada difícil de resolver, sem conceito, sem objetivos e sem amor-próprio. Domingo passado voltou a fazer 9% de share. E o pior é que a empresa parece paralisada e sem uma ideia para o futuro. Para a semana, faremos o balanço dos diretores de informação.