
O arranque da carreira de Fátima Lopes ficou demasiadamente ligado a um capricho do diretor de então da SIC, Emídio Rangel. Houve uma fase em que repisar essa aposta pessoal servia sobretudo para apoucar o perfil profissional da apresentadora. Isso mudou. Ancorada numa enorme versatilidade de registos e numa capacidade única de aproximação emocional aos convidados, Fátima personificava o povo na televisão. Ela era "uma de entre nós, lá no meio deles". Transformou-se numa arma poderosa para o day time da SIC, e conseguiu resistir à queda de audiências do canal, depois da saída de Rangel. Certo dia, Fátima Lopes decidiu mudar de canal, em 2010, num período em que as duas estações trocaram várias caras – Júlia Pinheiro fez o percurso inverso. Fátima Lopes levou muito mais espectadores para a TVI que Júlia para a SIC. O percurso de Fátima no canal 4 continuou a ser ascensional, até à queda de audiências da estação. Nessa altura dramática, o seu estilo de proximidade fez com que tenha estado demasiado exposta ao fracasso. Era como se o povo da TVI se tivesse divorciado dela como consequência de se ter afastado do canal. O triste espetáculo dado pela estação ao colocar uma apresentadora deste género como autêntica rececionista de um bar de má fama, no programa First Date-Primeiro Encontro, colocou um ponto final simbólico no percurso de Fátima Lopes na TVI. Agora, o regresso à SIC é uma boa notícia para a televisão. Ela é, de longe, a melhor apresentadora de day time das televisões generalistas. Tarde ou cedo, voltará às manhãs do canal.
O percurso de Fátima no canal 4 continuou a ser ascensional, até à queda de audiências da estação. Nessa altura dramática, o seu estilo de proximidade fez com que tenha estado demasiado exposta ao fracasso. Era como se o povo da TVI se tivesse divorciado dela como consequência de se ter afastado do canal. O triste espetáculo dado pela estação ao colocar uma apresentadora deste género como autêntica rececionista de um bar de má fama, no programa First Date-Primeiro Encontro, colocou um ponto final simbólico no percurso de Fátima Lopes na TVI.
PROGRAMAÇÃO - THE VOICE
Não chegam os elogios para o programa de domingo da RTP1. O formato está no pico da sua qualidade, e as provas cegas constituem um ponto alto do ano televisivo. Os concorrentes cantam, o júri ouve sem saber de quem se trata, e toma, ou não, a decisão de encarar de frente o jovem talento. Dito assim parece demasiado simples, mas na verdade tem enorme intensidade artística e emocional. O problema do The Voice é que as fases posteriores não são tão bem conseguidas. Mas, enquanto dura, os espectadores portugueses deliciam-se, a ponto de o concurso se bater com o Big Brother num canal exangue.
INFORMAÇÃO - TELEJORNAL
O noticiário da RTP1 tem agora ao domingo dois comentadores com um sólido percurso intelectual, João Soares e Pedro Norton, mas com reduzida representatividade e pluralidade. Começa a ser estranho ver o telejornal a fazer opinião, em período pré eleitoral, só com dois protagonistas, sendo um deles um histórico do PS. A caminho das eleições, a RTP vai estar obrigada a ter mais cuidado. Obrigações de serviço público.
SOBE - FERNANDO SANTOS
A entrevista que deu à TVI correu-lhe bem. Esvaziou um pouco a pressão ao dizer que, se falhar o Mundial, sai. Desta forma, ganha tranquilidade para o desafio difícil que falta para chegar ao Qatar.
SOBE - HÓQUEI
O Europeu da modalidade, disputado na semana passada em Portugal, é histórico, não pelo desempenho desportivo da seleção nacional, nem pela vergonha do resultado combinado entre Espanha e França, mas pelo facto de o espectador de televisão ver a bola nos diretos dos jogos. Esse "pequeno problema" coloca em causa o futuro da modalidade. Neste europeu pode ter sido encontrada a solução.
DESCE - GLÓRIA
O ritmo deixa a desejar – dá ideia de que era preciso ocupar mais tempo do que o material à disposição justificava. A história é sólida, mas acaba por arrastar-se. E as interpretações são de qualidade muito heterogénea. A primeira série portuguesa na plataforma Netflix, só para pagantes, não vai ficar na memória, a não ser pela novidade.