
É possível que o mês de julho termine com um único canal acima dos 14% de share médio mensal. No caso, a SIC, que leva 14,7%, à entrada para a última semana de julho. A TVI luta para conseguir chegar aos 14 pontos redondos. Ou seja, caminhamos a passos largos para a dispersão absoluta do consumo das televisões generalistas. Em breve 10% de share serão suficientes para liderar em Portugal. Esta dispersão não significa que os portugueses estejam a ver menos televisão. Pelo contrário. Continuamos a ser dos países europeus com mais tempo passado frente ao ecrã. Simplesmente, são cada vez mais raros os programas que juntam toda a família. Na semana passada, por exemplo, apenas dois jogos do Benfica, na TVI, conseguiram juntar mais de um milhão de espectadores. Quinta-feira, contra a equipa de Ronaldo, o jogo logrou chegar a um milhão e 305 mil pessoas, em média. No dia a seguir, já sem o interesse adicional de ver Ronaldo a jogar, o Benfica-Celta ficou-se pelo milhão e 94 mil espectadores. Tudo o resto ficou abaixo dessa barreira psicológica: o melhor noticiário da semana foi o 'Jornal da Noite', com 911 mil pessoas. Até a novela mais forte se ressente desta fuga de espectadores: a líder é a 'Festa É Festa', da TVI, e chega a um auditório de meros 866 mil espectadores. Curiosamente, outro jogo de futebol, do Sporting, também na TVI, obteve apenas 877 mil espectadores, longe das partidas do Benfica. Um milhão de pessoas é uma multidão cada vez mais difícil de reunir na televisão.
Esta dispersão não significa que os portugueses estejam a ver menos televisão. Pelo contrário. Continuamos a ser dos países europeus com mais tempo passado frente ao ecrã. Simplesmente, são cada vez mais raros os programas que juntam toda a família. Na semana passada, por exemplo, apenas dois jogos do Benfica, na TVI, conseguiram juntar mais de um milhão de espectadores. Quinta-feira, contra a equipa de Ronaldo, o jogo logrou chegar a um milhão e 305 mil pessoas, em média. No dia a seguir, já sem o interesse adicional de ver Ronaldo a jogar, o Benfica-Celta ficou-se pelo milhão e 94 mil espectadores. Tudo o resto ficou abaixo dessa barreira psicológica: o melhor noticiário da semana foi o 'Jornal da Noite', com 911 mil pessoas.
Até a novela mais forte se ressente desta fuga de espectadores: a líder é a 'Festa É Festa', da TVI, e chega a um auditório de meros 866 mil espectadores. Curiosamente, outro jogo de futebol, do Sporting, também na TVI, obteve apenas 877 mil espectadores, longe das partidas do Benfica. Um milhão de pessoas é uma multidão cada vez mais difícil de reunir na televisão.
PROGRAMAÇÃO - OPÇÕES DISCUTÍVEIS
As opções de grelha da RTP andam estranhas. Ao longo do mês de julho, a volta à França, uma das mais emocionantes de sempre, ocupou as tardes do canal 2, e ultrapassou muitas vezes o primeiro canal. O frágil Mundial feminino, pelo contrário, monopoliza as manhãs bem cedo da RTP1, onde costuma haver informação, e a liderar. Claro que analisar depois de emitido é muito fácil, mas o percurso pode sempre corrigir-se a meio. Resultado: em julho, a RTP1 volta à casa dos 10% mensais. Deitou-se a perder o caminho feito.
INFORMAÇÃO - ESPANHA
As eleições espanholas tiveram bom acompanhamento em Portugal. Criou-se a ideia de que as soluções políticas serão um espelho das nacionais, nomeadamente por causa do alinhamento à direita do PP com o Vox. Destaque para o acompanhamento da CNN, muito exaustivo, talvez em demasia, mas que pelo menos equilibra a progressiva especialização do canal em programas de futebol, emitidos em diversos horários, incluindo os centrais, como as 13 e as 20 horas, e que estão a alterar o ADN do projeto. O foco no futebol, com destaque para o mercado de transferências, procura racionalizar a exploração financeira do canal, mas é um movimento inédito na marca CNN em todo o mundo, e muito arriscado.
SOBE - HÓQUEI A VER A BOLA
Ao contrário do que as glórias desportivas indicam, o hóquei em patins não mexe com as audiências. A final do Europeu juntou apenas 600 mil pessoas. Este torneio, porém, teve o campo em que melhor se viu a bola desde que assisto a partidas da modalidade. É preciso insistir nessa exigência.
SOBE - JOÃO CARLOS MOLEIRA
Pivô originário da SIC Notícias, chegou ao 'Jornal da Noite' do fim de semana, onde cumpre o papel sem exageros nem vedetismos, e normalmente ganha. Está a fazer uma carreira muito eficaz.
DESCE - NUNO SANTOS
O fim do 'Exclusivo' mostra como é difícil compatibilizar a lógica das rubricas e o jornalismo de investigação com uma antena como a da TVI. Não ficará na história nem deixará saudades.