
Eis uma das imagens televisivas do ano: enquanto as autoridades faziam buscas na sua casa, Rui Rio, ex-presidente do PSD, falava da sua janela para as câmaras da TVI e da CMTV que primeiro lá tinham chegado depois da notícia, e da SIC, um pouco mais tarde. O que sabemos do processo: Rui Rio e outros elementos do PSD foram alvos de buscas judiciais, que percorreram também algumas sedes do partido, incluindo a nacional. Do pouco que se conhece do processo, ele terá na base o pagamento a funcionários a trabalhar no partido através do orçamento do parlamento. Rio foi o primeiro a alegar que todos os partidos fazem o mesmo. O que está, naturalmente, por demonstrar. Mas entretanto Rio disse o que disse. Ora, defender que o estratagema não é matéria digna de ser investigada porque todos os partidos a fazem é o princípio da desresponsabilização. São todos iguais, dirá um leitor com o mínimo de conceitos de vida, daqueles antigos – em que cada um paga o que deve a tempo e horas, e se passa a despesa para o senhor do lado é porque gosta de enganar o próximo. O que está por trás desta imagem que hoje aqui trago, e que seguramente entrará nas revistas do ano de 2023, é um verdadeiro desafio à Justiça. Rio usou a televisão ali reunida, em parte por sua iniciativa ("vou chamar a SIC", disse ele), para começar a sua defesa em público. Assim se vê como a televisão pode ser usada por muita gente em qualquer processo judicial.
Do pouco que se conhece do processo, ele terá na base o pagamento a funcionários a trabalhar no partido através do orçamento do parlamento. Rio foi o primeiro a alegar que todos os partidos fazem o mesmo. O que está, naturalmente, por demonstrar. Mas entretanto Rio disse o que disse. Ora, defender que o estratagema não é matéria digna de ser investigada porque todos os partidos a fazem é o princípio da desresponsabilização. São todos iguais, dirá um leitor com o mínimo de conceitos de vida, daqueles antigos – em que cada um paga o que deve a tempo e horas, e se passa a despesa para o senhor do lado é porque gosta de enganar o próximo.
PROGRAMAÇÃO - A CAMINHO DE SETEMBRO
As duas estações privadas preparam as armas para o duelo final de 2023. A SIC tentará responder ao 'Big Brother' com 'Paraíso', um novo 'reality show'. Nas novelas, a TVI também parece mais forte, com o regresso de Alexandra Lencastre. Na Informação, a TV de Queluz de Baixo avança com novas duplas para os jornais, José Alberto Carvalho e Sandra Felgueiras à semana, Pedro Benevides e Sara Pinto ao fim de semana, e com o fim das rubricas (já aqui o tínhamos antecipado). Talvez a disputa pela liderança fique mais equilibrada.
INFORMAÇÃO - À ALTURA DA NOTÍCIA
A Informação da TVI está de parabéns pelas notícias relevantes que tem dado e pelo acompanhamento cuidado do caso judicial com gestores e acionistas da Altice, sobretudo por oposição a vários jornais que esconderam a notícia, ou chegaram mesmo a ignorá-la, como o 'Expresso'. Também a SIC minimizou um dos processos mais relevantes e surpreendentes dos últimos anos, pela dimensão, pelos envolvidos e por colocar debaixo dos holofotes uma empresa estruturante do País. Desta vez, a informação da TVI deu cartas.
SOBE - MARCO CHAGAS
Os amantes do ciclismo dizem que nunca houve um Tour assim. Os dois pretendentes marcam-se ao segundo. Com as narrações de Marco Chagas, como sempre, a emoção fica ao rubro na RTP2.
SOBE - ANTÓNIO MATEUS
Acompanhou a visita à Ucrânia do bispo Américo Aguiar, líder da Jornada da Juventude (só a RTP e a CMTV o fizeram), e mostrou como a sobriedade do trabalho de reportagem continua a ser um dom raro e valioso.
DESCE - JOÃO GALAMBA
Desceu ainda mais a audiência da iniciativa da CNN que junta vários ministros de cada vez. Terça-feira passada, com João Galamba, a emissão ficou atrás até da RTP3 em muitos minutos, o que é uma raridade para o canal.