
A entrevista telefónica feita pela estação televisiva BFM à avó do jovem assassinado a tiro por dois polícias em França é um documento extraordinário. Todos os portugueses atentos às notícias sabem o essencial da história. Em França, um jovem automobilista foi mandado parar por dois polícias. Depois de ser agredido à coronhada, acabou baleado por um dos agentes, e morreu. A foto do carro amarelo cercado correu mundo. O incidente foi o rastilho para mais de uma semana de confrontos em diversas cidades francesas, retratada por imagens de pilhagens, de incêndios, ataques a lojas e pancadaria geral. A morte injustificável do jovem Nahel, assim se chamava o rapaz abatido a tiro, foi o pretexto para todo o tipo de violência e abusos. Eis que, domingo passado, Nadia, a avó de Nahel, quebra o silêncio na entrevista referida. O depoimento é devastador. Trata-se de uma avó que perdeu o neto, e que por esse motivo perdeu também a filha, mãe do jovem abatido a tiro, que ficou destroçada. Mesmo estando numa situação-limite, é esta avó que apela à calma no país, e desfaz o elo demagógico que muitos analistas, pseudo-sociólogos e demais especialistas estabelecem entre o abuso policial que matou um jovem dos subúrbios e a raiva que rasga as cidades francesas. A avó Nadia diz que, naturalmente, quer justiça para o polícia assassino, mas quer também castigo para quem está a usar a morte do seu neto como rastilho falsificado para a violência. São cerca de dois minutos de entrevista telefónica que mostram como é possível, nas sociedades modernas e plurais, estancar a loucura com palavras sinceras, de dor, de luto, mas também de sabedoria.
O incidente foi o rastilho para mais de uma semana de confrontos em diversas cidades francesas, retratada por imagens de pilhagens, de incêndios, ataques a lojas e pancadaria geral. A morte injustificável do jovem Nahel, assim se chamava o rapaz abatido a tiro, foi o pretexto para todo o tipo de violência e abusos.
Eis que, domingo passado, Nadia, a avó de Nahel, quebra o silêncio na entrevista referida. O depoimento é devastador. Trata-se de uma avó que perdeu o neto, e que por esse motivo perdeu também a filha, mãe do jovem abatido a tiro, que ficou destroçada. Mesmo estando numa situação-limite, é esta avó que apela à calma no país, e desfaz o elo demagógico que muitos analistas, pseudo-sociólogos e demais especialistas estabelecem entre o abuso policial que matou um jovem dos subúrbios e a raiva que rasga as cidades francesas.
A avó Nadia diz que, naturalmente, quer justiça para o polícia assassino, mas quer também castigo para quem está a usar a morte do seu neto como rastilho falsificado para a violência. São cerca de dois minutos de entrevista telefónica que mostram como é possível, nas sociedades modernas e plurais, estancar a loucura com palavras sinceras, de dor, de luto, mas também de sabedoria.
PROGRMAÇÃO - FESTA DE VERÃO
Numa prova de que, em televisão, por vezes a simplicidade e a poupança é o segredo, este ano a festa de verão da TVI foi em Lisboa, e não no Algarve. Uma transmissão tecnicamente muito competente disfarçou algumas lacunas do próprio evento, como o excesso de espaços vazios nos planos gerais, ou a falta de enquadramento sobre os vídeos da história da estação, o que dificultou a perceção por parte do espectador. Para sábado à noite, em período de grandes poupanças nas generalistas, o serão com a festa em direto foi mais do que suficiente para ganhar.
INFORMAÇÃO - TRÁFICO HUMANO
Na abertura do programa 'Exclusivo', na TVI, segunda-feira passada, os dados da investigação criminal sobre tráfico humano no futebol são colocados em causa pela visita a umas agora imaculadas instalações da Bsports, a academia dos horrores, e pelo testemunho abonatório de dois jovens mexicanos imediatamente antes de entrarem no aeroporto. Curiosamente, no dia das buscas judiciais era no México que estava um dos suspeitos do tráfico, e foi do México que regressou poucos dias depois destas entrevistas a jovens mexicanos. Uma reportagem que promete vir a dar muita polémica jornalística.
SOBE - CLARA DE SOUSA
Esta semana, não houve programas na televisão generalista a atingir o milhão de espectadores. O mais aproximado foi o noticiário da SIC de segunda-feira, apresentado por Clara de Sousa, com apenas 950 mil. A dispersão de audiências prossegue a ritmo acelerado.
MANTÉM - JOSÉ FRAGOSO
Aqui neste espaço se considerou que a televisão do Estado podia ganhar o mês de junho. Fechadas as contas, foi o melhor mês do ano para o canal 1, mas ainda a 2,5 pontos percentuais de distância da SIC. Uma oportunidade falhada, tantas foram as ocasiões especiais que a RTP1 assegurou no mês passado.
DESCE - JOSÉ EDUARDO MONIZ
Junho foi o pior mês do ano para a estação que lidera. Voltou a ficar abaixo dos 14 pontos percentuais, alargou a distância para a SIC, e sobretudo não consegue dar sinais de que pode recuperar a liderança, posição que significaria, só por si, um prémio do mercado para a empresa. É cada vez mais uma miragem.