
1. Vem de quem vem, vale o que vale, mas não posso passar ao lado de um comentário de Lourenço Ortigão, esse nome sonante da ficção nacional, no Instagram de Rui Patrício, sobre Bruno de Carvalho. "Forte abraço, mano. Não sou do Sporting, mas és meu amigo e o teu presidente é um idiota de m*rda que só mancha a imagem do futebol português." Desconhecendo se já tomou uma posição pública sobre os polémicos e-mails trocados entre dirigentes do seu clube, Benfica, e alguns responsáveis pela arbitragem, que envergonham o futebol português, ou, por exemplo, se se indignou com a falta de apoios do Governo à cultura, que levou tantos colegas seus a protestar no Rossio, é inaceitável que o actor tenha este tipo de discurso.
Lourenço Ortigão é maior e vacinado – garantem-me que é uma pessoa "muito bem formada, e de boas famílias" –, tem, naturalmente, direito à sua opinião, mas não deve, não pode, ir para as redes sociais insultar seja quem for. Mesmo que a cegueira clubística fale mais alto. Mesmo que a sua "vítima" seja o maior monstro no mundo. Afinal, há regras básicas para uma sociedade que se quer civilizada. Espero sinceramente que, em Queluz de Baixo e em Bucelas, onde há responsáveis com uma educação e comportamentos únicos, alguém explique, com sucesso, a Lourenço Ortigão que tem de respeitar os outros. Isto, claro, se quiser ser também respeitado, um dia.
2. A novela "A Herdeira", da TVI, é líder incontestável de audiências, desde o dia de estreia (24 de Setembro de 2017) até hoje, registando uma média de quase 1 milhão e meio de espectadores. Impressionante, quando já vamos numa segunda temporada, que provoca (quase) sempre algum desgaste junto daqueles que seguem com atenção as peripécias desta história de ciganos. Se, no regresso à estação de Queluz de Baixo, José Eduardo Moniz teve como principal prioridade resistir ao sustentado e perigoso crescimento da ficção nacional da SIC, o consultor, hoje, já conseguiu afastar-se (e bem) do rival: para se ter uma ideia, "Vidas Opostas", a nova aposta em Carnaxide, protagonizada por cinco actores (Sara Matos, Renato Godinho, Joana Santos, Diogo Amaral e João Jesus), prende menos 300 mil espectadores ao pequeno ecrã. Tempos difíceis, os da directora Gabriela Sobral.